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“NÃO FAÇAS ISSO”, disse-lhe. “Estás demasiado
cansado. Não vale a pena.”
Jamie McGuinness, o nosso guia e líder da ex-
pedição, olhou-me fi xamente com os olhos en-
covados e raiados de sangue. Retirara a máscara
de oxigénio e os óculos escuros. A barba cinzenta
cobria-lhe o queixo.
Estávamos sentados sobre uma pilha de rochas
a 8.440 metros de altitude, na aresta nordeste do
Evereste – o lado chinês, longe das multidões do
Nepal. Cem metros abaixo de nós, fi cava o pon-
to de coordenadas de GPS que poderia resolver
um dos maiores mistérios do montanhismo.
Novas investigações indicavam que o lendário
explorador britânico Andrew “Sandy” Irvine po-
deria ter caído e parado ali. Estaria o seu corpo
ainda no local?
N A T I O N A L G E O G R A P H I C
JOHN NOEL, EXPEDIÇÃO AO MONTE EVERESTE DE 1924. ROYAL GEOGRAPHICAL SOCIETY