AIMINENTECRISEDAÁGUA 41
com cerca de 230 milhões de habitantes, ocupa
apenas o 144.º lugar entre 192 países no que diz
respeito às emissões de gases com efeito de es-
tufa. O ministro paquistanês para as Alterações
Climáticas, Malik Amin Aslam, apresentou-me o
problema nos seguintes termos: “A responsabili-
dade não é nossa, mas somos nós que sofremos
as consequências.”
za para peneirar as suas águas, viven-
do em tendas montadas junto do rio,
rejubilam com o clima mais quente e
até com as cheias. “As cheias extraem
mais minério das rochas”, explicou
Mahboob Khan. Ele peneirava a areia
das águas do rio, rolando-a sobre a pal-
ma da mão juntamente com mercúrio
tóxico para extrair pepitas de ouro. De
nada lhe interessavam as alterações climáticas.
Fiquei espantada ao perceber que poucas das
pessoas que conheci no Norte do Paquistão sa-
biam as razões pelas quais os seus glaciares es-
tavam a derreter ou culpavam o resto do mundo
por isso. Mais a sul, nas grandes cidades, está
a enraizar-se uma certa sensação de injusti-
ça. O Paquistão, um país em desenvolvimento
A FALTA DE ÁGUA ATINGIU
NÍVEIS CRÍTICOS. NO PUNJAB
INDIANO, AS DÍVIDAS
EMPURRAM CERCA DE MIL
AGRICULTORES PARA O
SUICÍDIO TODOS OS ANOS.
A
IMINENTE
CRISE DA
ÁGUA
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