National Geographic - Portugal - Edição 230 (2020-05)

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O que justifica esta variedade tão gigantesca?
Muitas explicações têm sido propostas e a mais
simples delas é: os insectos são antigos. Muito
antigos. Contam-se entre os primeiros animais a
colonizar regiões terrestres, há mais de quatro-
centos milhões de anos, ou seja, quase duzentos
milhões antes do aparecimento dos primeiros
dinossauros. Esta história tão longa permitiu
que a diversidade dos insectos se fosse acen-
tuando ao longo do tempo.
No entanto, a capacidade para ocupar diferentes
nichos ambientais também deverá ter sido impor-
tante. Os insectos são tão pequenos que uma única
árvore pode alojar centenas de espécies, na medi-
da em que alguns perfuram as cascas, outros as


folhas e outros alimentam-se das raízes. Este tipo
de “repartição de recursos”, como lhe chamam os
ecologistas, permite que muitas espécies de insec-
tos habitem mais ou menos o mesmo espaço.
Além disso, existe outro facto: pelo menos em
termos históricos, os insectos têm tido taxas de
extinção baixas. Há alguns anos, investigadores
examinaram o registo fóssil da maior subordem
de escaravelhos, a Polyphaga, um grupo que in-
clui famílias como Scarabaeidae, Elateridae e
Lampyridae. Concluíram que nenhuma família
do grupo se extinguira ao longo da sua história
evolutiva, nem sequer durante a extinção em
massa ocorrida no final do Cretácico, há 66 mi-
lhões de anos. Também por isso, esta conclusão
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