Kris Tompkins,
da Tompkins Conserva-
tion, faz uma pausa
junto da lagoa de
La Pepa no Parque
Nacional da Patagónia,
no Chile. A floresta
em recuperação acolhe
uma população,
em crescimento lento,
de huemules, um
veado ameaçado dos
Andes. “A paisagem
sem animais selvagens
é um mero cenário”,
resume. O seu marido
e sócio, Doug Tompkins
(à esquerda, com
Kris em 2010), morreu
num acidente de
caiaque em 2015.
SENTADA DIANTE DE UMA MESA COBERTA DE MAPAS COLORIDOS
do Chile e da Argentina, Kris McDivitt conta a polémica do início
do século XX sobre um local chamado Pumalín, no Sul do Chile.
Pumalín foi a primeira experiência disciplinadora que lhes mos-
trou – a ela e ao seu falecido marido, o empresário e aventureiro
reformado Doug Tompkins – como seria difícil transformar dóla-
res e boas intenções em áreas protegidas na América do Sul.
Mais além da mesa e dos mapas, abre-se uma extensão de
prados ondulantes, riachos, fl orestas de faias e lagos azul-
-escuros: é o austero esplendor natural do Parque Nacional da
Patagónia, no Chile, outro projecto de Tompkins.
O parque abrange mais de trezentos mil hectares, incluindo o
vale Chacabuco, que se estende a partir dos Andes. Juntamen-
te com Pumalín, situado a 500 quilómetros para norte, e com
mais seis parques (criados ou ampliados graças à persistência
dos Tompkins, em parceria com o governo chileno, e alavanca-
dos pelas terras doadas pelo casal), esta rede de espaços bravios
totaliza 4,5 milhões de hectares. A dimensão e diversidade são
imensas, ocupando a metade meridional do Chile, desde a fl o-
resta temperada valdiviana de Hornopirén às ilhas rochosas de
Kawésqar. No entanto, para compreender a dimensão daquilo
que Kris Tompkins e o marido fi zeram, é melhor começar por
Pumalín. Ela desdobra o mapa e conta-me a história.
“Foi uma época
desesperante.
O Doug nunca
a ultrapassou.”
GIJS BESSELING
OSULTIMOS LUGARES SELVAGENS
ATompkins Conservation é parceira
dainiciativa “Last Wild Places/Os Últimos Lugares
Selvagens” da National Geographic Society.
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