Aero Magazine - Edição 300 (2019-05)

(Antfer) #1
de operar após os atentados de 11 de
setembro, que representaram o golpe
de misericórdia nas esperanças em
torno do supersônico.
Os atentados também decretaram
o fim de dezenas de empresas aéreas
no mundo. A Transbrasil suspendeu
suas atividades, seguida da Swissair,
Sabena, Ansett Australia, Vasp, entre
tantas outras. A Varig, que fora um
dos orgulhos brasileiros, não supor-
tou seus erros administrativos nem a
mudança do mercado, sendo fatiada e
leiloada em partes.

11 DE SETEMBRO
O novo século mal havia começado
quando o mundo foi surpreendi-
do pelo maior ataque terrorista da
história. Quatro aviões comerciais
foram sequestrados em uma manhã
de primavera dos Estados Unidos e
transformados em arma. Os ataques
vitimaram 2.977 pessoas, reduzindo
drasticamente as viagens aéreas por
vários meses e mudando o setor aéreo
para sempre.

COLUMBIA EXPLODE NO AR
Em fevereiro de 2003, o ônibus espa-
cial Columbia, o primeiro veículo es-
pacial reutilizável, desintegrou-se du-
rante sua reentrada e a Nasa encarava
sua maior crise desde o acidente com
a Challenger. A entidade paralisou a
frota de ônibus espaciais e uma série
de recomendações foram realizadas,
mas o custo exorbitante para poder
adequar as três naves remanescentes
levou ao fim do programa em 2011.

BAIXO CUSTO
Os anos 2000 assistiram à consolida-
ção das empresas de ultrabaixo custo.

Em vez de comida quente e bebidas
alcoólicas, oferece-se tarifas bastante
competitivas. No Brasil, algumas tenta-
tivas dentro do conceito “low cost, low
fare” tentaram ser viabilizadas, mas foi
a Gol Linhas Aéreas, a primeira em-
presa aérea do mundo a iniciar as ativi-
dades no século 21, que revolucionou
o conceito no país. Mais recentemente
surgiram dezenas de empresas aéreas
ultra-low cost, com tarifas muito baixas
e que o serviço se resume a embarcar
e viajar até o destino. Todo o resto é
pago à parte.

VLJ E LSA: A VEZ DOS LEVES
A Eclipse Aviation prometia revolucio-
nar o mercado com um pequeno jato
com custo inferior a 1 milhão de dóla-
res, unindo performance de jato com
custo de aquisição e operação inferiores
de biturboélices. O Eclipse 500 voou
pela primeira vez em 2002, mas seu
custo estava muito acima do 1 milhão
de dólares, enquanto modelos como o
Phenom 100 e Citation Mustang ingres-
savam no mercado. O segmento Light
Jet logo ganhou o Phenom 300, que por
vários anos foi o avião de negócios mais
entregue do mundo.
Na aviação desportiva, o surgi-
mento da categoria Light Sport Aicraft
foi um divisor de águas. Os LSA

representaram um salto tecnológico,
oferecendo aeronaves, em forma de
kits, regulamentadas e com baixo custo
de aquisição e operação. Ainda que ex-
perimentais, alguns projetos superam
em performance modelos certificados,
se tornando assim uma categoria de
acesso a aviação geral.

FUSÕES E AQUISIÇÕES
Ao longo de 25 anos uma série de fu-
sões ocorreram no mundo, a American
Airlines se fundiu à TWA e anos mais
tarde à US Airways, o que a tornou
a maior empresa aérea do mundo.
Logo depois foi a vez de Lan e Tam se
fundirem, enquanto a Gol absorveu a
Varig e logo comprou a Webjet. United
e Continental se tornam a mesma
empresa, e Delta Air Lines absorveu
a totalidade das operações da rival
Northwest.
Na indústria, a icônica Beechcraft,
que foi unida à Hawker quando esteve
sob controle da Raytheon Aircraft
Company, se tornou, em 2013, parte da
Textron Aviation, que já controlava a
Cessna Aircraft e a Bell.
Na Europa, a marca EADS foi subs-
tituída pela Airbus, que possui maior
apelo de mercado. A Itália, que sempre
manteve sua independência no setor
aeroespacial na Europa, assistiu à fusão
da Agusta com a britânica Westland,
que estavam sob controle do conglo-
merado Finmeccanica, agora batizado
de Leonardo.

ALIANÇAS AÉREAS
Com a criação da Star Alliance,
seguida de Oneworld e Skyteam, os
passageiros passaram a dispor de uma
vasta rede global de voos e comparti-
lhamento do programa de milhagem.

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