Aero Magazine - Edição 300 (2019-05)

(Antfer) #1
DOIS DESASTRES E UM APAGÃO
A colisão um Legacy contra um
737-800 da Gol era a ponta de um
problema que se arrastava havia
vários anos no Brasil e estava longe
do fim. As mudanças estruturais
no sistema de aviação brasileiro,
com desregulamentação, mudanças
no tráfego aéreo, criação da Anac,
fim de Vasp e Varig, entre outros,
ocorreram em um curto espaço de
tempo. O Brasil nunca foi famo-
so por sua capacidade de reagir
rapidamente ou de forma eficiente
a situações diversas. O resultado foi
a criação de uma vasta rede de pro-
blemas. A situação piorou ao longo
de 2007, com o acidente do voo
3054, da Tam, mas foi parcialmente
contida após algumas mudanças
pontuais no sistema e a crise finan-
ceira internacional de 2008, reduziu
a demanda por transporte aéreo, o
que deu um fôlego para as medidas
corretivas.

ESTAÇÃO ESPACIAL
Em 1998, o primeiro módulo da
Estação Espacial Internacional foi
enviado ao espaço pelos russos,
seguida meses depois da seção ame-
ricana. Era a primeira vez que Mos-
cou e Washington colaborariam de
forma direta na exploração espacial
e nas viagens humanas. O projeto
contou com apoio da comunidade
europeia e dos japoneses, com cada
agencia construindo e se responsa-
bilizando por uma importante parte
da estação. O Brasil formalizou sua
participação no projeto, mas em
meados de 2004 cancelou seu inte-
resse e não concluiu os módulos que
estavam sob sua responsabilidade.

NEGÓCIOS TURBINADOS
A partir da década de 1990, o uso de
aeronaves privadas se popularizou
em grande parte do mundo. O Brasil
historicamente conta com uma base
de aviação geral que o coloca no se-
gundo lugar, em termos de frota, no
ranking mundial, mas o uso de jatos
e turbo-hélices de grande perfor-
mance acompanhou o crescimento
da economia global nas últimas duas
décadas.
Em seus 25 anos, AERO viu
crescer uma geração de velozes
monoturboélices com características
diferentes de projetos mais antigos.
Modelos como o TBM 700 (que hoje
está na versão 940), da Daher-Socata
(hoje só Daher) e o Pilatus PC-12
(hoje PC-12NG) ofereciam a seus
operadores flexibilidade operacional,
com possibilidade de pousar em pis-
tas não preparadas, com a velocidade
e o conforto comparáveis a de jatos
de negócio, e menos consumo de
combustível.

AMAZÔNIA PROTEGIDA
Um dos grandes projetos do governo
brasileiro era ampliar seu controle
sobre a Amazônia, uma extensa área
territorial que ocupa grande parte
do território brasileiro. O programa
Sivam (Sistema de Vigilância da
Amazônia) após sua implementa-
ção permitiu o Brasil dispor de uma
ampla cobertura de vigilância aérea
de todo seu território.

REMOTORIZAÇÕES
A Bombardier apostou em um novo
avião comercial impulsionado pelos
novos motores PurePower, da Pratt &
Whitney, que oferecem mais de 25%

de redução no consumo em relação
aos motores de geração anterior. A
economia era tamanha que levou Air-
bus, Boeing e Embraer criarem versões
remotorizadas de suas famílias A320
(neo), 737 NG (MAX) e E-Jet (E2).

GRIPEN NG BRASILEIRO
Após quase duas décadas, o Brasil ofi-
cializou a escolha de seu novo caça em
2013, quando o Gripen MG venceu o
programa F-X2. O Gripen C/D já havia
sido vencedor, antes, no programa F-X,
que foi preterido em favor do programa
Fome Zero.
Ao longo dos últimos 25 anos, a
FAB adquiriu novos aviões, como o
P-3A Orion, Super Tucano, ACJ, ERJ-
145, Legacy, entre outros. A Marinha
recebeu os veteranos A-4KU enquanto
o Exército ampliou sua força.

CAÇA F-22
Um dos grandes destaques dos últimos
anos foi a entrada em serviço do F-22
Raptor, o primeiro caça de 5º geração.
do mundo. Dotado de sistemas de últi-
ma geração, oferece capacidade furtiva
e possibilidade de sustentar voos super-
sônicos sem uso de pós-combustor. Os
russos responderam com o Sukhoy 57 e
os chineses com os caças J-20 e J-31.

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