Aero Magazine - Edição 300 (2019-05)

(Antfer) #1
27/08/1940

CAPRONI A REAÇÃO
Assim como
alemães e
ingleses,
também os
italianos
desenvolviam
pesquisas sobre aviões a jato. Em agosto
de 1940, o tradicional fabricante Caproni
colocou para voar nas imediações de
Milão o protótipo Campini n.1, desenhado
pelo projetista Secondo Campini. O
avião levava dois tripulantes e usava um
conjunto de propulsão híbrido Isotta
Fraschini L. 121 R.C.40: um motor
convencional V-12 de 900 hp acionava
os dois compressores do reator, que
alimentavam um pós-combustor – mas a
velocidade máxima não superava os 375
quilômetros por hora. Por certo tempo, os
italianos pensaram que haviam fabricado
o primeiro avião a reação do mundo, até
que os alemães revelaram o voo secreto
do He 178 um ano antes.

04/1940
STRATOLINERS
Por décadas, os voos
comerciais raramente
ultrapassavam três mil
metros de altitude, para
evitar desconforto dos
passageiros. Em março
e abril de 1940, isso
começa a mudar: Pan
Am e TWA recebem os
Boeing 307 Stratoliner,
primeiro avião comercial
pressurizado, com teto
operacional acima dos
sete mil metros.

26/10/1940


CADILLAC DO CÉU
Construído por encomenda dos
britânicos, o North American P-51
Mustang voou pela primeira vez
em outubro de 1940 – mas só dois
anos depois recebeu o motor Rolls
Royce Merlin 61 (mais tarde feito
sob licença pela Packard, nos EUA),
que o transformou em uma lenda.
Projetado desde o início como um
caça pesado de longo alcance, a
partir de 1943 passou a escoltar os
bombardeiros aliados até o coração
da Alemanha, o que possibilitou
a retomada dos ataques aéreos
diurnos, mais precisos e letais.
Após a Segunda Guerra, continuou
na ativa em muitas forças aéreas:
os últimos exemplares só foram
desativadosem 1984.


15/09/1940

VIRADA SOBRE A INGLATERRA
Os planos alemães de invasão das ilhas britânicas
pelo Canal da Mancha dependiam da neutralização
da Royal Air Force. Entre agosto e setembro de
1940, essa missão ficou a cargo da Luftwaffe,
que bombardeou continuamente as bases
aéreas, estações de radar e cidades britânicas,
enfrentando forte resistência dos caças da RAF.
A “Batalha da Inglaterra” teve seu ápice em 15
de setembro, quando cerca de 1.500 aviões de
ambos os lados combateram do amanhecer até a
noite. Sofrendo severas perdas, a Alemanha aliviou
a pressão e mudou de planos, redirecionando a
invasão terrestre para a URSS. Os bombardeios
noturnos continuaram até maio do ano seguinte,
mas a Grã-Bretanha já estava salva.

29/10/1940

O CAÇA RUSSO
Quando invadiu a URSS em junho de
1941, a Alemanha impôs esmagadora
superioridade aérea contra defensores
que dispunham aviões obsoletos diante
da aviação germânica. Contavam com
um único caça moderno: o MiG-3
(projetado por Artem Mikoyan e
Mikhail Gurevich), que havia voado
pela primeira vez oito meses antes
e começava a entrar em operação.
Embora tivesse limitações, o modelo foi
fabricado em grande número durante
o conflito e obteve bons resultados
nas mãos de pilotos experientes. Foi o
primeiro avião de sucesso do escritório
Mig, que projetaria caças a jato
lendários durante a Guerra Fria.

11 e 12/11/1940

BIPLANOS EM TARANTO
Padrão nos combates na Primeira Guerra
Mundial, no final da década de 1930,
os aviões biplanos estavam obsoletos
e relegados a missões de treinamento
e ligação. Das exceções, a mais notável
é o torpedeiro naval britânico Fairey
Swordfish. Nos dias 11 e 12 de novembro,
um grupo deles atacou a base da Marinha
Real italiana em Taranto, tirando de
combate três grandes couraçados – uma
prévia do que seria o ataque aéreo
japonês a Pearl Harbor. Seis meses mais
tarde, ainda tiveram papel fundamental
na caça e destruição do couraçado
germânico Bismarck.

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