Aero Magazine - Edição 300 (2019-05)

(Antfer) #1
23/12/1942

TANQUES ABATEM AVIÕES
Nas batalhas da Segunda Guerra, alguns
aviões com capacidade antiblindados ficaram
famosos, como o Junkers Ju-87G Stuka
alemão, o Ilyushin Il-2 Shturmovik soviético
e até os Hawker Typhoon britânicos e P-47
Thunderbolt americanos equipados com
foguetes. Mas em dezembro de 1942, durante
a batalha de Stalingrado, os tanques T-34
russos tiveram seu dia de vingança: ao romper
de surpresa as defesas de um aeródromo
alemão em Tatsinkaya, encontraram três
centenas de aviões cargueiros da Luftwaffe
estacionados. Tentando decolaràs
pressas, um número entre 72
e 200 aviões – na maioria
trimotores Ju-52 – foi
abatido pelos tanques,
comprometendo
gravemente o
abastecimento aéreo às
tropas alemãs cercadas
às margens do Rio Volga.

16/01/1943

CONDOR VIRA CRUZEIRO
Fundada em 1927, a empresa aérea Sindicato
Condor operava como uma subsidiária
sul-americana da Luft Hansa alemã. Nos
anos 1930, passou a oferecer linhas cobrindo
grandes extensões do território brasileiro e
países vizinhos. Com a entrada dos EUA na
Segunda Guerra, o governo norte-americano
pressionou o Brasil a proibir a empresa de
voar, acusando-a de praticar espionagem para
o Eixo. Ao mesmo tempo, companhias de
petróleo americanas deixaram de lhe vender
combustível. Em janeiro de 1943, a Condor
foi nacionalizada pelo governo e renomeada
Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul, que operou
até 1975, quando foi comprada pela Varig.

28/01/1943

TRAMPOLIM DA
VITÓRIA
A primeira ofensiva terrestre dos
EUA contra a Alemanha nazista
se deu no norte da África, após
o exército norte-americano
desembarcar na Argélia e Marrocos
(então colônias francesas) em
novembro de 1942. Para garantir
o abastecimento
das tropas, os EUA
dependiam do
reabastecimento
de aviões de
transporte e de
bases aéreas
para patrulha
antissubmarino no litoral do
Nordeste brasileiro. A mais
importante delas foi construída
em Parnamirim, ao lado de Natal.
Em janeiro de 1943, o presidente
Franklin Roosevelt visitou a base,
onde foi recebido por Getúlio
Vargas. Estava selada a aliança que
garantiu aos EUA o “trampolim da
vitória” e o domínio dos ares sobre o
Atlântico Sul.

08/1942


DOS METAIS AOS AVIÕES
O desafio de formar no país novos
pilotos ganhou corpo em 1941 com
a campanha “Dê asas ao Brasil”, que
incentivava a criação de aeroclubes
civis. Centenas de aviões treinadores
primários passaram a ser doados a
essas entidades, mas as pequenas
fábricas nacionais não tinham como
atender à demanda. Em agosto
de 1942, a Laminação Nacional de
Metais – uma grande indústria do
grupo empresarial Pignatari, de São
Paulo – assumiu o controle da Empresa
Aeronáutica Ypiranga e passou a
fabricar em larga escala o célebre
CAP-4 “Paulistinha”.


09/01/1943

PEIXÃO DO ATLÂNTICO
O mundo estava engolfado pela guerra, mas era evidente que
o desenvolvimento técnico da aviação durante o conflito iria
revolucionar a aviação comercial nos tempos de paz. Um dos
primeiros frutos surgiu em janeiro de 1943, quando voou o Lockheed
L-049 Constellation, desenvolvido para atender aos requisitos da
empresa TWA por um avião transcontinental veloz e pressurizado
para 40 passageiros. Usado nos anos finais da Segunda Guerra em
versão militar (C-69), o quadrimotor norte-americano superava os
600 quilômetros por hora, e tinha teto de serviço acima dos sete mil
metros. Com mais de 800 unidades fabricadas entre 1943 e 1958, seu
desenho único o transformou em um ícone das rotas transatlânticas
do pós-guerra até a chegada dos aviões a jato.

MAGAZINE 300 | (^49)

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