Aero Magazine - Edição 300 (2019-05)

(Antfer) #1

27/04/1946


NAS ASAS


DA PANAIR
A maior concorrente
da Real nos anos 1950
era uma subsidiária
brasileira da Pan
American World
Airways: a Panair do Brasil, que operava
desde 1929. Em março de 1946, a Panair
recebeu seu primeiro Lockheed Constellation
e, no dia 27 do mês seguinte, deu início aos
voos comerciais ligando o Rio de Janeiro à
Europa, pousando em Recife, Dacar, Lisboa,
Paris e Londres.


14/10/1947

O SOM NÃO
É O LIMITE
Logo que os primeiros jatos
entraram em operação,
os pilotos perceberam
que o comportamento
das aeronaves se tornava
instável em velocidades
acima dos 900 quilômetros
por hora. Alguns projetistas
chegaram a supor que seria
impossível o voo controlado em
velocidades próximas Mach 1
(velocidade de propagação do
som, aproximadamente 1.230
quilômetros por hora no nível
do mar), mas esse limite já
era facilmente superado pelos
foguetes balísticos não tripulados
V-2, desenvolvidos na Alemanha
em 1944. Em outubro de 1947, o
avião-foguete experimental norte
americano Bell X-1, pilotado
por Charles “Chuck” Yeager,
atingiu a marca de Mach
1,06 e mostrou que a
velocidade som não
seria um entrave ao
desenvolvimento
da aviação.

01/07/1948

A PORTA INTERNACIONAL
DE NYC
Em 1948, a área metropolitana de
Nova York já tinha 12 milhões de
habitantes, mas os
voos domésticos
e internacionais
se concentravam
no congestionado
aeroporto La
Guardia, ao norte do
bairro Queens, aberto dez anos antes. No
dia 1º de julho, após cinco anos de obras,
foi inaugurado um novo e gigantesco
aeroporto, 25 quilômetros a sudeste de
Manhattan, na área do antigo campo de
golfe de Idlewild. Rebatizado em 1963, o
aeroporto John F. Kennedy é hoje o maior
terminal internacional do continente
americano.

24/06/1948 a 09/1949

UMA PONTE PARA BERLIM
Antes da Guerra da Coreia, uma primeira amostra da Guerra Fria já havia acontecido
na Alemanha. Encravada na área de ocupação soviética, a capital Berlim fora dividida
em quatro territórios sob controle de URSS, EUA, Inglaterra e França. No primeiro
semestre de 1946, as
divergências entre
soviéticos e os demais
sobre o futuro do país
elevou a tensão política
e, em 24 de junho, a
URSS proibiu o acesso
terrestre das potências
ocidentais a Berlim. Em
resposta, os três países
montaram uma ponte
aérea que, por 15 meses,
garantiu o abastecimento
de Berlim Ocidental –
transportando cerca de
cinco mil toneladas diárias
de alimentos, combustível
e gêneros de primeira
necessidade.

30/12/1947

O MOTOR VEIO
DE PRESENTE
Contrariando os mais otimistas, o
fim da Segunda Guerra não trouxe
a paz prometida. No ano seguinte,
as tensões já se acumulavam entre
as superpotências, acelerando a
corrida por novas armas. EUA e
URSS dividiram o butim dos projetos
aeronáuticos da Alemanha derrotada,
mas os melhores motores a reação
da época eram fabricados pelos
britânicos da Rolls Royce. No início
de 1947, o escritório de projetos MiG
ainda buscava uma forma roubar os
segredos industriais desse fabricante
quando os soviéticos decidiram
propor aos ingleses a compra de 25
motores Nene. Inacreditavelmente,
o governo de Londres aceitou a
oferta. Em dezembro do mesmo
ano, alçou voo o primeiro MiG-15,
um veloz interceptador de asas
enflexadas, equipado com cópias
desse motor inglês. Dois anos depois,
esses caças soviéticos estrearam em
combate, abatendo aviões britânicos,
australianos e norte-americanos nos
céus da Coreia do Norte.

MAGAZINE 300 | (^51)

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