Aero Magazine - Edição 300 (2019-05)

(Antfer) #1
Crédito:

Arquivo

NacionalA GuerradaCoreiademonstrou a
vulnerabilidadedosbombardeiros
estratégicos a pistão diante dos novos
caças a jato. A resposta dos EUA foi
desenvolver novos modelos capazes de
voar a grandes altitudes e muito rápido,
dificultando a interceptação. Em abril
de 1952, voou o primeiro exemplar do
Boeing B-52A. Sob as asas enflexadas,
com 56 metros de envergadura, estavam
oito motores a reação capazes de levar o

gigantesco avião a 15 mil metros de
altitude sustentando uma velocidade
na casa dos mil quilômetros por hora.
Considerado um dos mais bem-sucedidos
projetos da história, algumas dezenas
de B-52 da última versão H (fabricados
no início dos anos 1960) continuam em
operação na USAF.

01/02/1952


PROVISÓRIO


POR 25 ANOS
No início dos
anos 1950, estava
evidente que a área
do aeroporto Santos Dumont não tinha espaço para
atender à crescente demanda da cidade do Rio de
Janeiro. A solução encontrada foi construir ao lado
da pista da Base Aérea do Galeão (onde já pousavam
aviões civis de grande porte desde 1945) uma
estação de passageiros provisória para receber os
voos internacionais, enquanto se planejava um novo
aeroporto definitivo para a então capital federal.
Inaugurado em fevereiro de 1952, o acanhado
prédio serviu como porta de entrada do Rio
por longos 25 anos, até a entrega do
Terminal 1 do novo Galeão, em 1977.


29/04/1952

PAL ACETES VOADORES
Enquanto os britânicos investiam
em novos aviões comerciais com
motores a reação, os norte-americanos
consolidavam seu domínio na categoria
dos grandes quadrimotores a pistão para
voos intercontinentais, onde os modelos
Douglas DC-6 e o Lockheed Super
Constelation reinavam absolutos. Numa
categoria superior estava o Boeing
377 Stratocruiser, um palacete voador
de dois andares e grande autonomia.
Operado pela Pan American Airways,
ligava o Rio de Janeiro a Nova York
em menos de 20 horas, com uma única
escala para reabastecimento: um voo
de luxo nomeado “The President”.
Mas o avião tinha alguns problemas
técnicos graves. Em
abril de 1952, a
quebra de uma
hélice em pleno
voo derrubou
o Boeing 377
“Good Hope” da
PAA no meio da
selva amazônica,
matando todos
os 50 passageiros
e tripulantes a
bordo.

14/04/1952

MAIS ALTO
E MAIS RÁPIDO

12/12/1952

O TURBO-HÉLICE MAIS VELOZ
Na Guerra Fria, antes da era dos mísseis intercontinentais,
a ameaça de jogar bombas nucleares sobre os oponentes
tinha de ser cumprida por aviões de longo alcance. E
os soviéticos não pretendiam ficar atrás dos EUA nesse
quesito. Em dezembro de 1952, colocaram no ar a primeira versão do
Tupolev Tu-95, um bombardeiro turbo-hélice esguio, com grandes asas
enflexadas. Cada um dos quatro motores Kuznetsov movia duas hélices
quadripás contrarrotativas, o que conferia ao avião um ruído assustador,
uma velocidade máxima acima de 800 quilômetros por hora e uma autonomia de
voo superior a 12 mil quilômetros sem reabastecimento. O modelo sofreu diversas
modernizações ao longo dos anos e, como o B-52, continua na ativa (na Força Aérea
Russa) até os dias de hoje.

24/10/1952

JATOS NO
ATLÂNTICO SUL
Um dos principais problemas
dos primeiros aviões a jato era
o alto consumo de combustível,
que limitava sua autonomia.
Mas em outubro de 1952 uma
esquadrilha de bombardeiros
ingleses English Electric
Canberra enfrentou o desafio
de cruzar em voo o Atlântico
para uma visita de amizade e
demonstração aos países da
América do Sul. A primeira
travessia a jato Dacar-Recife foi
cumprida em quatro horas e 20
minutos, a velocidade média de
740 quilômetros por hora, novo
recorde para o trecho.

1953

PRIMEIROS CAÇAS
SUPERSÔNICOS
Bombardeiros melhores exigem caças melhores.
Entre 1948 e 1953, diversos protótipos
experimentais haviam superado a barreira do
som, mas nenhum era uma aeronave operacional.
Os primeiros aviões de combate capazes de
sustentar velocidade supersônica em voo nivelado
surgiram entre 1953 e 1955: o soviético MiG-19
(foto), os norte-americanos F-100 Super Sabre,
F-102 Delta Dagger e F-104 Starfighter, o francês
Super Mystere e o britânico Lightning. Eram
aeronaves temperamentais, de curto alcance e
extremamente difíceis de pilotar – problemas que
só seriam solucionados nas gerações posteriores.

MAGAZINE 300 | (^53)

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