Aero Magazine - Edição 300 (2019-05)

(Antfer) #1

03/05/1957


UM AEROPORTO NAS


OBRAS DE BRASÍLIA
Quando a nova capital federal começou
a ser construída no meio do Planalto
Central, uma das primeiras providências
foi abrir um aeroporto. No início de 1957,
a pista já estava pronta e erguia-se um
terminal de passageiros provisório, feito
em madeira. No dia 2 de abril, Juscelino
Kubitscheck estreou a pista com o
Viscount presidencial. Em 3 de maio, um
voo comercial da Pan Am com destino a
Nova York fez a inauguração formal do
aeroporto. A capital só seria inaugurada
três anos depois.


20/10/1956

ÍCONE DO VIETNÃ
Nos anos 1960, os céus da Indochina
foram palco de combates históricos
entre diferentes modelos de caças
soviéticos e norte-americanos. Mas a
aeronave que se tornou um ícone da
Guerra do Vietnã tinha asas rotativas.
Apresentado no final de 1956, o
helicóptero monoturbina Bell UH-1
Iroquois (apelidado “Huey” pelos
US Marines e “Sapão” no Brasil)
cumpriu uma infinidade de missões
de transporte de tropas, apoio aéreo
e evacuação aeromédica durante o
longo conflito. Mais de 16 mil foram
produzidos e muitos ainda estão em
operação ao redor do mundo.

20/12/1957

O MUNDO SE
ENCANTA COM O 707
A situação não tardou a mudar também
para aqueles que não podiam dispor de um
JetStar. Nas oficinas da Boeing em Seattle,
noroeste dos EUA, desde 1954 tomava forma
um novo avião a jato para 170 passageiros. O
707 prometia superar as promessas deixadas
pelo Comet: trazia um desenho elegante,
fuselagem cilíndrica bem mais larga e
comprida que os padrões da época e asas
enflexadas a 35 graus, com quatro motores
a reação pendurados um pouco adiante.
O primeiro voo do modelo de produção
aconteceu em dezembro de 1957. Dez meses
depois, ele já operava comercialmente com as
cores da Pan Am, ligando Nova York a Paris
em pouco mais de seis horas (com uma escala
para reabastecimento) – contra nove horas
do Douglas DC-7, o mais rápido dos aviões a
pistão. Novamente, o mundo ficava menor.

14/02/1956

14 MIL CAÇAS A JATO
No ano em que o Cessna 172 chegou
às lojas, a antiga URSS colocou para
voar outro recordista. O MiG-21
corrigiu boa parte das deficiências
do antecessor MiG-19 e tornou-
se – de longe – o caça supersônico
mais produzido na história: além
das 11.500 unidades fabricadas em
URSS, Índia e Tchecoslováquia,
houve ainda mais de 2.000 cópias
feitas na China (Chengdu-J7). Em
combate, mostrou-se letal mesmo
contra adversários maiores, mais
modernos e muito mais caros. O
MiG-21 ficou em produção entre
1959 e 1985, outro recorde que só
recentemente foi superado pelos
caças americanos F-15 e F-16. O
Chengdu-J7 só saiu de linha em 2013
e algumas centenas ainda voam.

04/09/1957

JATINHO DE NEGÓCIOS
Com a retirada dos Comet de operação, a
possibilidade de se deslocar rapidamente
num jato ficou restrita a alguns poucos civis
soviéticos que tinham acesso aos TU-104 e
aos militares: os demais mortais, ainda que
muito ricos, deviam se conformar com a
“lentidão” dos aviões comerciais a hélice. O
problema era mais grave na aviação geral: os
melhores aviões particulares não superavam
os 350 km/h e muitos empresários usavam
antigos DC-3 reconfigurados com cabines
VIP. Mas o conceito de “ jatinho de negócios”
estava surgindo. Em setembro de 1957, a
Lockheed apresentou o JetStar (L-329),
um pequeno jato quadrimotorparaaté
10 passageiros, com velocidadede
cruzeiro de 811 quilômetrospor
hora. O modelo foi produzido
entre 1961 e 1980. Novos
concorrentes logo
surgiriam.

17/11/1956

SUCESSO FRANCÊS
O pragmatismo diplomático da França nos anos
do pós-guerra e sua autonomia tecnológica
permitiu que
aviões militares
franceses fossem
exportados para
diversos países. O
modelo que obteve
mais fama surgiu
em novembro de 1956. O Dassault Mirage III
era um caça leve monomotor com asas em
delta que chegava a Mach 2, podia incorporar
um radar de busca, e tinha boa capacidade de
ataque ao solo. Usado com sucesso por Israel na
Guerra dos 6 Dias (1967), conquistou clientes
pelo mundo e teve mais de 1.400 exemplares
fabricados, sem contar as cópias e derivações.
Foi o primeiro supersônico brasileiro.

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