Aero Magazine - Edição 300 (2019-05)

(Antfer) #1

04/10/1958


PEQUENA


VINGANÇA DO COMET
Com os Comets no chão e linhas de
produção em espera, a de Havilland
levou quatro anos para corrigir os
problemas e recertificar seu jato
de passageiros. Em setembro de
1958, entregou à empresa Boac os
primeiros Comet 4, com motores
mais potentes, maior autonomia
e cabine ampliada para até 81
passageiros – mas o revolucionário
jato de 1953 empalidecia diante
dos novos 707 e DC-9. Seu último
momento de glória foi ter a primazia
dos voos comerciais transatlânticos
a jato, no dia 10 de outubro, uma
semana antes do 707 da Pan Am.


14/01/1960

O VICE-CAMPEÃO DA PIPER
O sucesso do Cessna 170 logo assanhou
a concorrência. Em janeiro de 1960, voou
pela primeira vez o Piper PA-28 Cherokee:
o avião copiava a simplicidade e baixo custo
do 170, mas apostava em um desenho
diferente, com asa baixa. Comercializado
em inúmeras versões, para dois a quatro
ocupantes e motores entre 140 e 300 hp,
segue em produção até hoje – com cerca de 33
mil exemplares vendidos. Entre 1975 e 2000,
a versão Arrow II foi fabricada sob licença no
Brasil como
Embraer
EMB-711
Corisco.

22/06/1960

O JATO
E A FAMA
Operando a linha Nova
Yo r k- R i o d e J a n e i r o
com jatos desde 1959, a
Pan Am colocava pressão
sobre as empresas
brasileiras. Por isso, foi
com grande alívio que
a Varig recebeu seu
primeiro 707 em 22 de
junho de 1960. O Boeing,
que já veio dos EUA
trazendo passageiros,
tinha motores turbofan
Rolls Royce Conway, mais
econômicos do que os
Pratt & Whitney usados
nos 707 da Pan Am, o
que permitia fazer o
trecho sem escalas. Por
15 anos, os 707 foram a
espinha dorsal da frota
internacional da Varig,
e ajudaram a construir a
fama da empresa gaúcha
ao redor do mundo.

06/1960

O JAPÃO É ALI
Os novos jatos começavam a
chegar, mas os aviões a pistão
ainda resistiam nas rotas mais
longas. Em junho de 1960, a
Real foi a primeira empresa
aérea brasileira a ligar Brasil
e Japão, em um voo Rio de
Janeiro, Lima (Peru), Los
Angeles e Honolulu (EUA),
Ilha de Wake e Tóquio,
operado pelos veteranos Super
Constelations. Mais tarde, essa
linha foi assumida pela Varig,
com os 707.

01/05/1960

UM ESPIÃO ABATIDO
Antes dos satélites artificiais, a espionagem
aérea dependia de fotos obtidas por aviões.
O fundamental era voar alto e furtivamente
para burlar os sistemas de defesa. Em 1957,
a Loockheed pôs em serviço o U-2 “Dragon
Lady”, jato subsônico de longo alcance,
leve e esguio, com asas semelhantes às de
um planador. Era capaz de voar a 22 mil
metros, bem acima do teto de operação dos
caças soviéticos. No dia 1º de maio de 1960,
um U-2 cruzava os céus da URSS quando
foi danificado por um míssil SA-2 lançado
do solo. Seu piloto, Francis Gary Powers,
foi aprisionado e os destroços do avião
confiscados. Os novos mísseis soviéticos
não ameaçavam apenas os espiões:
bombardeiros B-52 voando em grande
altitude já não estavam mais a salvo.
Modernizados, os U-2 seguem em
operação até hoje.

06/12/1960

PORTA-AVIÕES
DA DISCORDIA
A Segunda Guerra havia
deixado evidente a supremacia
dos navios-aeródromos nos
combates navais. Nos anos
seguintes, muitos países
buscaram ter um em suas
marinhas. No caso brasileiro, a
oportunidade surgiu em 1956,
quando a Inglaterra colocou
à venda o porta-aviões ligeiro
HMS Vengeance – um veterano
da Segunda Guerra. Reformado
e modernizado na Holanda,
o navio chegou ao Brasil em
dezembro de 1960 e recebeu o
nome Minas Gerais. Daria início
a uma longa disputa entre a
Marinha e a Aeronáutica sobre
quem podia operar os aviões
embarcados!

07/12/1959
LA BELLE
CARAVELLE
No Brasil, as empresas
aéreas corriam para ter seus
primeiros jatos. A Real havia
encomendado os Comet
em 1954, cancelados por
conta dos acidentes. Em
1958, a Panair optou pelos
DC-8, a Real pelos Convair
Coronado e a Varig pelos


  1. Como a fila de espera
    era imensa, a Varig trocou
    um dos Boeing por dois jatos
    Sud Aviation Caravelle, um
    elegante bimotor francês de
    médio alcance, entregue em
    setembro de 1959. Primeiros
    jatos comerciais brasileiros, os
    Caravelle foram improvisados
    em uma rota Porto Alegre-
    Nova York, com escalas. Em
    7 de dezembro, o PP-VJC foi
    o primeiro jato estrangeiro a
    pousar no novo Aeroporto de
    Idlewild (atual JFK).


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