Adega - Edição 177 (2020-07)

(Antfer) #1

Edição 177 >> ADEGA 45


Rosés
Sal e tanino nem sempre é uma combinação
muito agradável, pois torna os sabores amargos.
Essa é uma das razões para que os vinhos bran-
cos combinem melhor que os tintos com queijos.
Mas se você não quer partir para um branco e
também não está inclinado a um tinto, que tal
ir para o “meio termo” dos rosés? Pois um rosado
vai se comportar muito bem com uma grande
variedade de queijos, sustentando a textura dos
mais frescos e equilibrando o sal dos mais cura-
dos. O frescor da acidez dos rosés, assim como
o toque de mineralidade de alguns, combinará
sobremaneira com queijos de massa mole e tam-
bém alguns duros, indo do Brie até os Fontina,
passando por Gouda, Cheddar e Asiago, entre
tantos outros. A sutileza dos taninos não vai bri-
gar com os mais salgados como os parmesões, por
exemplo, e, de certa forma, ainda pode sustentar
os azuis. A gama de combinações (nem sempre
perfeitas,mas bastante boas) faz com que os rosés
sejamextremamente ecléticos ao lado de
matábua de queijos.


D 91pontos
ARQUES DE CASA CONCHA ROSÉ CINSAULT 2019
Concha y Toro, Itata, Chile (VCT R$ 141).
Rosado composto de 90% Cinsault e 10%
Grenache, sem passagem por madeira.
Mais de boca que de nariz, chama atenção
pela vibrante acidez e pela textura firme
e cremosa, que faz com que o vinho se
projete pela boca com força, tudo em
meio a muita fruta vermelha e cítrica de
perfil mais fresco. Fluido e gostoso de
beber, conquista pelo volume de boca e
pela profundidade. Álcool 12%. EM

Barbera ou Dolcetto
Quando os taninos entram em cena, é preciso to-
mar cuidado com o sal, para que os sabores não se
tornem extremamente amargos. Dessa forma, na
hora de selecionar tintos para acompanhar uma
tábua de queijos, o mais indicado certamente se-
rão os mais leves – na maioria das vezes sem pas-
sagem importante por madeira – que privilegiem
o frescor. Os piemonteses Barberas e Dolcettos
são ótimas opções nesse sentido, pois valorizam
a fruta e a acidez, evitando confrontos com o sal
de alguns queijos mais pungentes. Dessa forma,
vale a pena compartilhar a mesa com queijos es-
tilo Maasdam, Edam, Emmental, Gruyère etc.,
que não são extremamente salgados (alguns até
levemente adocicados) e, geralmente, além de
serem apreciados “in natura”, tendem a ser usa-
dos em receitas em que são derretidos (leia-se:
fondue). Dessa forma, se ainda considerarmos os
possíveis acompanhamentos, esses tintos leves e
uculentos vão ser uma excelente companhia.

D 92 pontos
VETTO ZIO NANDO BARBERA D’ALBA 2015
Rivetto, Piemonte, Itália (Cantu R$ 350). Tinto
elaborado exclusivamente a partir de uvas
Barbera, com fermentação espontânea e breve
passagem por madeira. Mostra cerejas e
ameixas envoltas por notas florais, herbáceas
e minerais. Fresco e estruturado ao mesmo
tempo, tem ótima acidez, taninos de grãos
finos e final agradável, com toques de frutas
vermelhas. Refinado, gastronômico e muito
gostoso de beber, não é possível imaginá-lo
distante da mesa. Álcool 14,5%. EM

j
um

AD
MA
C

su

AD
RI
R

Para combinar
melhor com
queijos,
prefira
tintos menos
potentes e
tânicos
Free download pdf