Adega - Edição 177 (2020-07)

(Antfer) #1

PAUILLAC
Os indícios é que daqui sairão
muitos vinhos excelentes.
No geral, o parecer é que
essa denominação teve um
desempenho melhor que em
2015, talvez ainda um pouco
abaixo da excelente 2016, que
continua sendo a referência dos
últimos cinco anos nessa zona de
Médoc. Houve preocupações com
o estresse hídrico, como em todos
os lugares, mas a chuva caiu no
momento certo.


SAINT-JULIEN
Um dos verões mais secos dos
últimos 30 anos em St. Julien,
com altas porcentagens de
Cabernet Sauvignon em todos
os lugares. Vinhos parecem
extremamente consistentes. Para
muitos, um ano realmente bom
nessa denominação.


MARGAUX
Uma denominação que, ao que
tudo indica, produziu vinhos
altamente recomendados em
2019, mas com um sucesso mais
variável do que nas denominações
vizinhas, dada à ampla variedade
de solos. Há menos argila aqui,
como componente dos solos de
cascalho em comparação aos de
St. Julien, Pauillac e St. Estèphe, o
que tenha feito talvez a diferença
na tensão e textura dos taninos,
o que fica mais evidente nas
denominações mais ao norte.


SAINT-ESTÈPHE
Um ano mais equilibrado,
comparando-se com a safra 2018,
que teve muitos vinhos com alto
teor alcoólico e extremamente
concentrados. Houve ondas de
calor tanto quanto em outras
denominações, principalmente de
26 de junho a 27 de julho. Mas
aqui, os solos argilosos, que estão
em grande parte de St. Estèphe,
foram capazes de fazer melhor
seu trabalho de manter o frescor.


PÉSSAC E GRAVES
Uma safra atraente, mas com um
pouco menos de consistência do
que em algumas safras, como a
ótima 2015, por exemplo. Muitos
vinhos impressionantes, mas


também outros tantos exemplos
de estresse hídrico e/ou baixa
acidez, um reflexo da localização
de Péssac-Léognan, em um
dos pontos mais quentes de
Bordeaux.
MÉDOC, HAUT-MÉDOC,
MOULIS E LISTRAC
Em termos de comparação, as
primeiras degustações indicam
que os vinhos com classificação
de Médoc (incluindo os Crus
Classés) parecem ter o estilo
mais preciso e equilibrado
de 1996, 2000 ou 2010 em
termos de profundidade e
concentração. Por outro lado,
são menos consistentes, nos
níveis inferiores, a partir dos
Crus Bourgeois.
FRONSAC, CANON FRONSAC,
SATÉLITES E CÔTES
Resultados bem animadores
nessas denominações,
competindo com St. Émilion, mas
com preços muito mais acessíveis.
A adição cada vez maior da
Malbec nos blends não mostra
sinais de diminuir. Algo já antes
notado nos tintos de Côtes, mas
agora cada vez mais perceptível
em Lalande-de-Pomerol, nos
satélites de St. Émilion e em
Fronsac.

POMEROL
Provavelmente uma safra
excelente em Pomerol e, ao
que parece, onde alguns dos
melhores vinhos do ano poderão
ser encontrados. Para muitos, um
forte candidato à denominação da
safra, de onde sairão, certamente,
vários vinhos excepcionais.
SAINT-ÉMILION
Outra excelente safra em St.
Émilion após a ótima 2018. Tudo
caminha para que, na maioria dos
casos, seja tão boa quanto a do
ano anterior. As propriedades que
estão localizadas em solos com
maior porcentagem de calcário
se deram melhor, pois em safras
quentes costumam ter mais
capacidade de manter a umidade
e o frescor. Já as que estão em
solos mais arenosos tiveram mais
dificuldades.

Edição 177 >> ADEGA 63

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