Aero Magazine - Edição 314 (2020-07)

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MEIO SÉCULO DE


FILMES-CATÁSTROFE


CURIOSIDADES


L


ançado nos EUA no verão
de 1970, o filme “Aeroporto”
inaugurava há 50 anos a era
dos chamados filmes-catástrofe, uma
receita imbatível para a produção de
sucessos de bilheteria durante a década
de 1970. Baseado em um romance
homônimo do escritor Artur Hailey,
não foi o primeiro longa de Hollywood
a ter sua trama baseada nos acidentes
e perigos da aviação comercial. Há ao
menos dois filmes de algum destaque
que o antecederam: “The Hight and the
Might” de 1954 e “Zero Hour!” de 1957.
Mas “Aeroporto” foi a obra que deu
origem à série.
Escolha uma tragédia de grande
impacto visual – natural ou causada
pela imprudência dos homens – e use
como pano de fundo para desfilar uma
coleção de dramas pessoais paralelos,
desventuras amorosas e traumas psico-
lógicos. De preferência, encenados por
um elenco estrelado de Hollywood, boa
parte dos quais já na curva descen-
dente de suas carreiras. Os desastres
aéreos produziram, além do primeiro,
mais três sequências: “Aeroporto 75”,
“Aeroporto 77” e “Aeroporto 79”. Do
mesmo gênero, também brotaram “O
destino do Poseidon” (1972), “Terre-
moto” (1974), Inferno na Torre (1974),
Meteoro (1979) e vários outros.
O primeiro Aeroporto tem como
estrelas os quadrimotores Boeing 707,
além de um aeroporto congestionado
lidando com uma nevasca e os dramas
extraconjugais de pilotos e aeronautas.
Nos dois filmes seguintes, entraram em
cena os novos e gigantescos jumbos 747
e, no último, o elegante supersônico
Concorde. Responsáveis por boa parte
do medo de voar de toda uma geração,
os filmes abusavam dos clichês, de
roteiros sem muita veracidade e da falta
de preocupação com a realidade da
operação das aeronaves comerciais.

Emboratodososfilmessechamem“Aeroporto”,apenas no
primeiroumaeroportotemdestaquenatrama: o fictício “Lin-
coln International”, situado nas imediações de Chicago, onde se
passa a maior parte da história. Como o roteiro exigia pistas co-
bertas de neve, as cenas externas foram filmadas no aeroporto
de Minneapolis-Saint Paul, uma região conhecida pelo rigor do
inverno. Infelizmente, nos dias programados para as filmagens,
o tempo esteve surpreendentemente limpo e foi preciso usar
neve cenográfica. Nos outros filmes da série, os aeroportos são
apenas coadjuvantes.

CHICAGO EM MINNESOTA

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