Aero Magazine - Edição 314 (2020-07)

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A


s restrições sociais
impostas por auto-
ridades do mundo
inteiro durante
a pandemia da
covid-19 tiveram um impacto pro-
fundo no transporte aéreo regular,
com consequências no médio
prazo que hoje ninguém se arrisca
a prever. De uma hora para outra,
as companhias praticamente pa-
raram de voar, mantendo apenas
uma malha essencial. O resultado
pode ser visto no noticiário inter-
nacional: socorros governamentais
bilionários, demissões em massa
e pedidos de recuperação judicial.

Passado o pior da crise, as empre-
sas aéreas começam a reorganizar
suas atividades com uma gestão
cada vez mais austera. As medidas
devem selar o destino de muitas
aeronaves, principalmente as
veteranas.

GIGANTE DA AIRBUS
Parece não haver dúvidas de que
os quadrimotores A380 e 747-400
serão as grandes vítimas do novo
coronavírus. Antes mesmo da
pandemia, a eficiência do gigante
da Airbus já vinha sendo contes-
tada pela maior parte das compa-
nhias aéreas. Elas alegavam que

o maior consumo de combustível
do superjumbo já não lhe permi-
tia alcançar o ponto de equilí-
brio ideal para que pudesse ser
considerado um modelo atraente
no mercado. Mesmo oferecendo
uma infinidade de configurações
de cabine, os aviões operados
por empresas aéreas europeias
não dispõem dos grandes mimos
existentes nas frotas de Emirates
Airlines, Qatar ou Etihad, como
suíte, chuveiro e ampla classe
executiva. Sem apresentar um
diferencial que justifique aos
passageiros optar pela qualidade
do serviço em vez de preço, os

O MD-11, que havia
se destacado no
transporte de cargas,
também sucumbiu
aos bimotores e ao
coronavírus

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