Lux África 254 [01-02-2019]

(claudioch) #1

Lux-Quais são as suas am-
bições no mundo da música?
H.-Eu quero entrar no merca-
do brasileiro. Sei que é muito
difícil, mas eu vejo os nige-
rianos a fazerem música com
o Jay-Z e nós não consegui-
mos tirar uma foto com o Luan
Santana. Há pouca gente a
investir na nossa música. O
mercado português também
é bom, mas quando conse-
guirmos entrar no mercado
brasileiro a nossa música vai
ser muito valorizada e esse é
o meu sonho.
Lux-Com que músico bra-
sileiro gostaria de fazer uma
parceria?
H.-A Marília Mendonça. As
letras dela são muito pro-
fundas e eu sou apaixonado
por lírica, por letras. Gosto de


quem canta bem, mas impor-
to-me com a mensagem que
está a ser passada, e a Marília
Mendonça, na simplicidade
dela, é muito profcmda naqui-
lo que canta. Gostaria muito
de fazer uma música com ela.
Lux -Se não fosse músico o
que seria?
H.-Jogador de futebol! (ri-
sos) Eu era craque, um médio
esquerdo. Comecei em Via-
na, passei pelo Norberto de
Castro e pelo Petro, chegou
a aparecer uma proposta do
ASA [Atlético Sport Aviação],
mas já não me interessou, por-
que já estava empolgado com
a música.
Lux-A música retirou um
grande futebolista dos es-
tádios?
H.-A essa hora, a selecção

era só alegriasl (risos)
Lux-Admirava algum joga-
dor em particular na altura?
H.-O Gaúcho até hoje conti-
nua a ser o meu jogador pre-
ferido de todos os tempos
mas, por incrível que pareça,
eu no bairro era chamado de
Makélélé. Naquela altura, o
[Claude] Makélélé era "bué"
famoso e eu gostava da for-
ma dele jogar, mas o meu jo-
gador preferido sempre foi o
Ronaldinho Gaúcho.
Lux-E na música, começou
por admirar quem?
H.-Eu fiz a minha primeira
música quando era criança,
com 11 anos. Na altura via
muito o programa "Carros-
sel", onde ia um músico que
imitava o Mickey, que eu ad-
mirava muito. Passei a jogar

futebol e quando entro para a
igreja, com 15, 16 anos, aque-
la chama voltou. Comecei a
meter letras em músicas es-
trangeiras, da Wanessa Ca-
margo, por exemplo, tipo
gospel. Só que uma vez es-
crevi uma música de amor e
aí comecei a entrar na música
mesmo a sério.
Lux-Na hora de compor,
quem é a pessoa que mais
o inspira e porquê?
H.-Actualmente, para es-
crever tudo me inspira, a
vida inspira-me. Mas a pes-
soa que mais força me dá
para continuar é a minha
irmã mais nova, Sónia Fran-
cisco, de 23 anos. Eu sou
órfão de pai e mãe e cuido
da minha irmã mais nova.
Quando olho para ela, pen-
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