Exame - Portugal - Edição 436 (2020-07)

(Antfer) #1

Micro



  1. EXAME. AGOSTO 2020


ECONOMIA

Virar


a página


de um


livro


incerto


Que forças pode o País


juntar para dar o salto por
cima dos impactos negativos


da pandemia, já a pensar no
pós-crise? O tema esteve em


debate aberto no webinar da
EXAME e Ageas Seguros, em


que também foi lançado o novo
Prémio Inovação em Prevenção


Texto Paulo Zacarias Gomes


F


ormar continuamente os
profissionais. Aprovei-
tar e potenciar as con-
dições naturais do País.
Criar um enquadramen-
to favorável, do lado da regulação e dos
impostos, para a atração de imigrantes
qualificados que cá queiram trabalhar e
investir. Ter políticas públicas orientadas
para criar e capitalizar empresas. E ma-
terializar tudo isto em ações concretas e
objetivos claros.
Se, para ultrapassar a atual crise e
surgir do outro lado do túnel em veloci-
dade de cruzeiro, o País tivesse de cum-
prir um caderno de encargos, seria este
o roteiro a seguir, na opinião dos espe-
cialistas ouvidos na conferência digital
EXAME/Ageas Seguros. Em duas mesas-
-redondas virtuais, debateram-se, a 14
de julho, os novos desafios que se colo-
cam às empresas. Mas sobretudo as for-
mas de devolver confiança à economia,
famílias incluídas, no pós-Covid-19.


Isso começa, desde logo, por apro-
veitar o que já somos e temos. “A pande-
mia tem um lado bom: muitas pessoas
podem escolher onde viver, separada-
mente de onde trabalhar”, exemplificou
Pedro Santa Clara. O professor da Nova
SBE sustenta que isso devia levar o País
a adotar aquilo a que chamou “política
de imigração razoável”, com mecanis-
mos que permitam atrair estudantes,
startups, centros de referência para as
empresas, além de trabalhadores free-
lancers e reformados. Uma entrada de
“sangue novo” qualificado que poderia
injetar 100 mil pessoas por ano na próxi-
ma década, acompanhada de alterações
na regulação e nos impostos que ajudas-
sem a trazer capital externo.
Durante a sessão, transmitida pela
internet, o bastonário da Ordem dos
Economistas, Rui Leão Martinho, de-
fendeu também a necessidade de uma
“formação permanente e contínua” dos
trabalhadores portugueses, opinião se-

A pandemia
tem um lado
bom: muitas
pessoas podem
escolher
onde viver,
separadamente
de onde
trabalhar”

Pedro Santa Clara
Professor na Nova SBE

Público e privado
O papel do Estado na vida das empresas em tempos
de pandemia foi um dos assuntos mais debatidos
no painel sobre regresso da confiança à economia
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