Exame - Portugal - Edição 436 (2020-07)

(Antfer) #1

Micro



  1. EXAME. AGOSTO 2020


E


, subitamente, o “cisne
negro” – o acontecimen-
to inesperado e com con-
sequências imprevisíveis


  • chegou, na forma de
    pandemia de um novo coronavírus que
    paralisou o mundo. E a esmagadora maio-
    ria das organizações, mergulhada nas suas
    tarefas quotidianas, não estava preparada
    para lhe responder. Podia não ter sido as-
    sim? Talvez pudesse, em parte, se as em-
    presas tivessem adotado estratégias mais
    defensivas, protocolos de segurança e polí-
    ticas de prontidão. Mecanismos de gestão e
    antecipação de risco, que não são exclusivos
    de eventos com esta magnitude e que po-
    dem ser aplicados em permanência na ge-
    neralidade das empresas. Não só se atalham
    caminhos, evitando acidentes e percalços,
    como também é possível poupar nas contas.
    Só a fatura indireta das empresas com
    estes imponderáveis, estima-se, é quatro
    vezes superior ao custo suportado direta-
    mente pelas seguradoras com os sinistros.
    A conta foi deixada pela Ageas Seguros
    no Fórum PME Global, um evento pre-


sencial transmitido em formato webinar
a partir de Viana do Castelo, no passado
dia 2 de julho. Na sessão, que deu o pon-
tapé de saída para o segundo ciclo desta
iniciativa que percorre o País, o CEO da
seguradora, José Gomes, salientou, em
particular, a necessidade de gerir o risco
em três domínios: pessoas, património e
sustentabilidade ambiental. E evitar im-
previstos permite conter a destruição de
valor e também pode ser uma oportuni-
dade para ganhos líquidos. Por cada euro
investido em segurança, gera-se um retor-
no potencial de 2,2 euros, como recordou
Alexandra Catalão, diretora de marketing
da Ageas Seguros. Um valor que segue o
rácio de retorno em prevenção, apurado
num estudo da ISSA (International So-
cial Security Association) em 15 países,
no qual não consta Portugal.
Em concreto, no contexto pandémi-
co, “a vasta maioria empresas em Portu-
gal não tinha um plano de continuidade
de negócio, e as que o tinham não esta-
vam preparadas para um cenário tão dra-
mático”, como diagnosticou Abel Aguiar.

RISCO

Prevenir


para não


ter de


remediar


Custos indiretos com sinistros


pesam muito nas contas
das empresas e podiam ser


evitados com uma cultura
adequada de prevenção


de riscos, defendeu-se
no arranque do segundo


ciclo do Fórum PME Global


Texto Paulo Zacarias Gomes
Fotos Lucília Monteiro


Risco e carências
Para José Gomes, CEO da Ageas Seguros, é preciso
que as empresas tenham meios, como a gestão
do risco, que lhes permitam descansar. Rui Leão
Martinho, bastonário da Ordem dos Economistas,
considerou que a crise apanhou Portugal com
“pouco dinheiro” para ajudar a economia
Free download pdf