Exame - Portugal - Edição 436 (2020-07)

(Antfer) #1

Macro



  1. EXAME. AGOSTO 2020


S


ão 72% os empregadores
nacionais que esperam que
os trabalhadores estejam
disponíveis fora do horário
laboral – o valor compara
com os 61% de empregadores em redor do
globo –, numa altura em que o trabalho
ocupou as salas de estar, os sofás, as mesas
de jantar e invadiu o centro da vida fami-
liar. O mais recente Randstad Workmo-
nitor Global Report revela ainda que 67%
dos trabalhadores portugueses sente que
a pandemia teve um impacto negativo no
seu trabalho. Globalmente, esse número é
de 63 por cento.


Para José Miguel Leonardo, CEO da
Randstad Portugal, estes números devem
ser encarados com serenidade, uma vez
que, por exemplo, em termos de satisfa-
ção no trabalho, não demonstram uma
deterioração muito relevante em relação
ao último inquérito realizado, que data
de fevereiro. E admitindo que vamos ter
de enfrentar a mais que expectável crise
económica que se adivinha no horizonte,
não perde o olhar otimista que o caracte-
riza. “Nós, enquanto Humanidade, sobre-
vivemos várias vezes a momentos muito
difíceis e tornámo-nos melhores, depois
deles. Não que tenha sido fácil, mas, ge-

nericamente, mudámos sempre para me-
lhor”, começa por dizer, antes de recordar
uma metáfora usada pelo presidente-exe-
cutivo da Randstad global, Jacques van
den Broek, para caracterizar o atual mo-
mento: “Quando há um acidente durante
uma prova de Fórmula 1, os concorrentes
têm de alinhar todos atrás do safety car,
e ficam ali a fazer tempo, vão aquecen-
do os pneus, preparando-se para o arran-
que assim que o safety car sair. É aqui que
nós estamos”, considera. “E Portugal, que
está nas posições mais traseiras da corrida,
pode aproveitar para galgar alguns lugares
se fizermos a coisa certa. Temos de acabar

ESTUDO

“Temos de


acabar com a


mediocridade”


A grande maioria dos trabalhadores acredita


que as empresas tomaram conta de si durante
a pandemia, mas temem a incerteza que se


vislumbra na economia – e na manutenção do seu
posto de trabalho –, revela o último Workmonitor


Global Report. A EXAME falou com José Miguel
Leonardo, CEO da Randstad Portugal, sobre as


oportunidades que, apesar de tudo, a pandemia
traz às empresas portuguesas


Texto Margarida Vaqueiro Lopes Foto Luís Barra

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