Clipping Banco Central (2020-07-31)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Eu & Fim de Semana
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - FMI

A sensação de rivalidade com a China se
amplia nos EUA em grande parte porque a
indústria chinesa já está atingindo graus de
sofisticação que têm impacto militar. O esforço
para barrar o avanço da Huawei na instalação
da infraestrutura de tecnologia 5G em diversos
países, inclusive o Brasil, se insere nessa
preocupação, já que é uma tecnologia aplicada
inclusive no comando de armamentos não
tripulados. Por enquanto, a Huawei tem
oferecido os melhores preços pela tecnologia.


Na disputa global de prestígio, ou “soft power ”,
a imagem dos americanos está abalada, mas a
dos chineses também não sai imaculada da
pandemia. A China atraiu críticas profundas no
começo do ano por sua tentativa inicial de
contar as notícias sobre a nova doença surgida
em Wuhan. O presidente Xi Jinping demorou a
aparecer em público para anunciar medidas de
combate à epidemia.


Na tentativa de resgatar sua imagem, o país
aproveitou a ocasião para dar início à
“diplomacia da máscara”, que consiste em
aproveitar seu gigantesco parque industrial
para exportar equipamentos médicos e de
proteção. Em abril, enquanto o noticiário
internacional informava desvios de
equipamentos médicos para os EUA, Xi Jinping
anunciou que, caso uma vacina para a covid-19
fosse descoberta na China, sua patente seria
aberta.


“É evidente que a China está tentando
aproveitar a oportunidade de usar suas cadeias
produtivas, sobretudo na área médica, para
extrair o máximo de uma situação ruim. Os
chineses precisam reverter a imagem negativa
muito forte do início da pandemia”, diz Santoro.
Mais por efeito da reação errática de Trump do
que pela diplomacia da máscara chinesa, as
pesquisas divulgadas até agora sugerem que a
imagem dos americanos saiu mais prejudicada


do que a chinesa na opinião pública dos outros
países. Na Alemanha, uma sondagem da
Fundação Körber revelou que a proporção de
alemães que consideram a relação com a
China mais importante do que a relação com os
EUA é praticamente igual à que pensa o
contrário: 37% contra 36%.

Rudd considera que um dos fatores decisivos
para a “anarquia pós-pandêmica” é a máquina
interna do governo chinês. O australiano busca
interpretar nas entrelinhas as declarações de
figuras públicas chinesas, particularmente
membros do Partido Comunista. Seu
diagnóstico é que Xi Jinping se tornou alvo de
“críticas sutilmente veladas” em “uma série de
comentários semioficiais que misteriosamente
conseguiram chegar à esfera pública ao longo
de abril e maio”.

Para Rudd, os vazamentos são um sinal de
rachaduras no aparato estatal do gigante
asiático. Considerando a ampliação de poder
que Xi tem perseguido nos últimos anos, um
forte arranhão em sua imagem na opinião
pública e no Partido Comunista podem
conduzir a uma crise de liderança no país. Não
está claro, porém, se a imagem de Xi será
permanentemente arranhada. “Tu - do vai
depender do que acontece daqui por diante”,
segundo Santoro. “Como a economia vai se
comportar até o fim do ano? Reabrir Beijing
não foi fácil, com novos focos de infecção. A
produção industrial teve boa recuperação, mas
a população chinesa não voltou rapidamente
ao consumo.”

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central -
Perfil 1 - FMI, Banco Central - Perfil 1 - Fundo
Monetário Internacional
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