Clipping Banco Central (2020-07-31)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

ELENA LANDAU - Até talvez, até


quem sabe


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Autor: ELENA LANDAU

Precisamos falar sobre privatização. A sério. O
assunto entrou nos debates da campanha
presidencial de 2018 pelas propostas de vários
candidatos. Bolsonaro foi apenas mais um. Seu
desconforto com a agenda liberal era, e é,
conhecido por todos. Por isso, delegou o tema
ao Posto Ipiranga.

As promessas de campanha são motivo de
piadas. A ausência de Bolsonaro, e do seu
assessor, nos debates impediu que a farsa
fosse desmascarada na ocasião. Um trilhão a

ser arrecadado com vendas estatais e outro
trilhão com venda de imóveis iriam zerar o
déficit público em um ano. Bom notar que não
se falava na época que o dinheiro viria de
concessões, desinvestimentos ou venda de
subsidiárias, como diz agora o governo.

A planilha de cálculo usada pelo hoje ministro
da Economia nunca apareceu. Claro, o trilhão
não existe¹. O programa de desestatização atual
é marcado desde o início pela falta de
transparência.

Sua outra característica é a (des) governança.
Guedes, talvez temeroso de cobranças,
abandonou o assunto. Entregou a tarefa à
Secretaria de Desestatização, criada,
supostamente, para dar maior agilidade ao
programa. Apenas introduziu mais uma camada
burocrática, sem necessidade. Ela não se
sobrepõe aos ministérios setoriais - em
permanente batalha contra a venda de suas
empresas.

Nem Guedes, muito menos Bolsonaro entram
na bola dividida. Sem determinação e sem
comando não se sai da bravata. A campanha
acabou. Mas já estão emendando na próxima,
com a nova promessa de vender o Banco do
Brasil em 2023, por falta de serventia política ao
governo, como a Caixa.
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