Clipping Banco Central (2020-07-31)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia & Negócios
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Selic

das principais preocupações do governo e dos
analistas econômicos. Isso porque é uma
referência para avaliação, por parte das
agências globais de classificação de risco, da
capacidade de solvência do País. Na prática,
quanto maior a dívida, maior o risco de calote
do Brasil.


Para este ano, somente o governo tinha de
atingir uma meta de déficit primário de até R$
124,1 bilhões. Com o decreto de calamidade
pública, proposto pelo governo e aprovado pelo
Congresso por conta da pandemia, não será
mais necessário atingir esse valor.


Temporário. O Tesouro Nacional avaliou que o
aumento de gastos neste ano é temporário,
"com execução concentrada no exercício de
2020". "A situação enfrentada por todo o
mundo requeria uma resposta do poder
público, e as ações implementadas para lidar
com o problema (efeitos da pandemia)
basearam-se na proteção aos mais vulneráveis
e na preservação de empregos e de empresas.
Porém, é preciso observar que essas medidas
têm um custo para a sociedade e geram uma
conta que precisa ser paga no futuro próximo",
acrescentou o Tesouro.


Para o secretário do Tesouro, Bruno Funchal,
mesmo com a estimativa de terminar as contas
neste ano com déficit de R$ 800 bilhões, a
trajetória atual é de "recuperação". "Não
esperamos que o cenário siga se
deteriorando", afirmou Funchal. "O cenário


tende a melhorar daqui em diante, o que já está
se traduzindo na atividade econômica."

O economista-chefe do banco de investimentos
Haitong, Flavio Serrano, espera que os
próximos meses tragam melhora marginal nas
contas, ainda sob impacto das medidas do
governo para minimizar os efeitos da
pandemia. "A partir de outubro, não devemos
mais ter os desembolsos do auxílio
emergencial e os resultados devem melhorar
de maneira significativa.

Também a atividade econômica deve melhorar
e gerar uma recuperação das receitas, ainda
marginalmente, nos próximos meses, mas de
forma mais marcada a partir de outubro.
Mesmo em julho, acho que esse número de R$
190 bilhões não deve se repetir."

Já o especialista em contas públicas Guilherme
Tinoco disse que a crise do coronavírus
eliminou qualquer possibilidade de o País
fechar as contas no azul antes de 2023. "O que
precisamos agora é voltar a crescer, o que não
estávamos fazendo antes da pandemia, e o
governo precisa dar o exemplo e mostrar que
está fazendo o ajuste fiscal." /
COLABORARAM GREGORY PRUDENCIANO
e CÍCERO COTRIM
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