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Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais Nacionais
Quarentena em eleição dá força a
pauta do Congresso sobre regras para
militares
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Autor: Renato Onofre, Gustavo Uribe e Daniel
Carvalho
brasília A proposta de quarentena para restringir
a candidatura de juízes, procuradores e
membros das forças de segurança em eleições
impulsionou no Congresso a discussão sobre
regras de contratação de militares no Executivo.
Na esteira do debate sobre a politização do
Judiciário, líderes da oposição e de partidos de
centro (como PP e PSD) querem incluir na
pauta restrições para nomeações de militares da
ativa em funções na administração pública nas
três esferas de poder.
A avaliação desses congressistas é que é
preciso barrar de forma simultânea tanto a
judicialização quanto a militarização da política.
Na quarta (29), o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), se alinhou ao
presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias
Toffoli, e defendeu uma quarentena de oito anos
para ex-juízes que decidam disputar eleições.
Rodrigo Maia sinalizou que o texto deve ser
discutido até o fim do ano, mas não garantiu se
vai levá-lo ou não à votação. A proposta
enfrenta resistência do presidente Jair
Bolsonaro.
Em relação às regras para os militares no
Executivo, uma proposta de emenda à
Constituição foi apresentada pela deputada
Perpétua Almeida (PC do B-MA) em junho, mas
estava parada aguardando uma sinalização
positiva de Maia.
Agora, ela iniciou coleta de assinaturas para que
passe a tramitar. Para isso, é necessária a
adesão de um terço da Câmara e de um terço
do Senado. Reunidos os apoios, cria se uma
comissão especial para analisar a proposta.
Na semana passada, Maia afirmou que a
questão deverá ser mais bem organizada
futuramente para que militares passem
automaticamente para a reserva se quiserem
ocupar cargos.
O principal entrave está no Planalto. Ministros
palacianos ouvidos pela Folha afirmaram que
são contrários à ideia e vão tentar reverter o