Banco Central do Brasil
Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas
De volta ao teto Temer
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Autor: Nelson Barbosa
A saída é liberar o investimento do teto, mas
com valor predefinido e transparência
Bolsonaro tem até o fim de agosto para enviar
seu projeto de lei orçamentária (Ploa) de 2021
ao Congresso. Como o estado de calamidade
pública e o "Orçamento de guerra'' têm previsão
de acabar no fim deste ano, voltaremos à
politica fiscal pré-Covid em janeiro.
A principal restrição fiscal de 2021 será o teto
Temer de gasto.
O governo já abandonou a meta de resultado
primário, propondo um alvo variável (sic), no
qual o gasto é fixo e o resultado varia de acordo
com a evolução da receita. A equipe econômica
está correta nessa proposta, mas eia deveria
ser feita formalmente, via alteração da lei de
Responsabilidade Fiscal, para que o governo
tenha apenas meta de gasto.
A regra de ouro também poderia ser restrição
em 2021, mas já virou praxe mandar Ploa
permitindo que o governo emita dívida acima do
seu gasto com investimento e outros
penduricalhos, mediante aprovação posterior de
crédito extraordinário pelo Congresso.
A regra de ouro nunca funcionou como o
esperado no Brasil e ela também deveria ser
formalmente abandonada, via PEC (proposta de
emenda à Constituição), em prol de uma meta
de gasto.
Chegamos, então, ao atual teto de gasto, uma
regra fiscal oportunista, criada por Temer para
seus sucessores. O limite começou a valer em
2017, mas, como Temer corretamente elevou
bastante o gasto em 2016, o teto começou bem