Clipping Banco Central (2020-07-31)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Ana Cristina Rosa - Solidariedade


onde falta Estado


Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Ana Cristina Rosa

Brasília - Os movimentos populares têm sido os
grandes fomentadores das iniciativas de auxílio
às comunidades das periferias Brasil afora
nestes tempos de pandemia. Além disso,
proporcionalmente os mais pobres são também
os que mais doam.

Apesar de a perda de renda ter atingido a
maioria das famílias que vivem nas
comunidades brasileiras, pesquisa da Central
Única das Favelas (Cufa) e do Instituto
Locomotiva mostrou que seis entre dez

moradores de favelas fizeram algum tipo de
doação durante a pandemia.

Como é sabido, as periferias são os ambientes
mais vulneráveis à propagação da Covid-19, por
conta da alta densidade populacional e da falta
de serviços essenciais para a preservação da
saúde, como esgoto e água tratada. Para
enfrentar os efeitos socioeconômicos do vírus,
multiplicam-se atos de solidariedade.

São vaquinhas virtuais, doações de alimentos,
máscaras, produtos de higiene e limpeza e
pacotes de internet para estudantes carentes,
arrecadação e distribuição de computa- dores e
entrega de vales em dinheiro.

Não se trata de ocupar o lugar do Estado, mas
de suprir necessidades imediatas por meio de
um auxílio efetivo. É nutrir a esperança e a
consciência do poder da cooperação e da ação
conjunta. É agir para driblar - além da falta de
dinheiro e de estrutura - três grandes
obstáculos: a ausência do Estado, aforça do
tráfico e a ação das milícias.

São muitos os exemplos de entidades e
movimentos que realizam ações para suprir
necessidades vitais daqueles que são mais
atingidos. Nas favelas, onde a escassez de
Free download pdf