Clipping Banco Central (2020-07-31)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Especial - Educação
financeira
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

comportamento financeiro nos estudantes.
“Isso vale mais do que saber o que são
entradas ou saídas.”


No ensino fundamental da rede pública, as
escolas brasileiras têm até este ano para
ajustar os currículos e inserir a educação
financeira na grade de maneira transversal nas
disciplinas obrigatórias de língua portuguesa,
matemática e ciências humanas. Para o ensino
médio, a nova Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) entra em vigor em 2022. A
inclusão do tema na educação básica
representa um avanço, mas o caminho é longo,
avaliam educadores e especialistas em
finanças ouvidos pelo Valor.


O relatório mais recente do Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes
(Pisa), referente a 2018 e divulgado em maio
deste ano, mostra o Brasil na 17ª posição no
ranking de competência financeira de jovens,
de um total de 20 países analisados. A média
(420) ficou abaixo da média dos países da
Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 505.


Aos poucos, as pessoas começam a
compreender a importância do planejamento e
da construção de poupança, observa a
psicanalista Cássia D’Aquino, especialista em
educação financeira e representante brasileira
na Associação Internacional para Cidadania e
Educação Socioeconômica (IACSEE, na sigla
em inglês). “Os últimos anos de recessão e
estagnação tornaram as pessoas mais
sensíveis em relação ao dinheiro”, exemplifica.


As iniciativas de educação financeira ganharam
fôlego nos últimos anos. Em 2018, foram
contabilizados 1.384 projetos na área,
capitaneados por escolas, entidades, empresas
e pessoas físicas, conforme o mais recente
levantamento feito pela Associação de


Educação Financeira do Brasil (AEF-Brasil) em
parceria com a consultoria Plano CDE. Em
2013, eram pouco mais de 800 iniciativas
mapeadas. Em cinco anos, houve aumento de
ações desenvolvidas em escolas, com metade
dos projetos na educação formal.

“Testamos vários modelos e percebemos que
um dos principais desafios é convencer as
secretarias estaduais da importância da
educação financeira”, explica Claudia Forte,
superintendente AEF-Brasil. Segundo ela,
existem 30 mil professores capacitados e
atuantes com o tema no ensino fundamental e
médio da rede pública em diferentes regiões.
No ano passado, a associação afirma ter
impactado 24 mil pessoas, incluindo
professores e estudantes.

Neste ano, o Banco Central (BC) vai realizar o
piloto do programa “Aprender Valor”, para
estudantes da rede pública do ensino
fundamental. Com orçamento de R$ 11
milhões, oriundo do Fundo de Defesa de
Direitos Difusos (FDD) do Ministério da Justiça
e Segurança Pública, o projeto tem potencial
de atingir 21 milhões de estudantes, informa
Maurício Costa de Moura, diretor de
relacionamento, cidadania e supervisão de
conduta do BC.

Em 2020, a meta é que o programa chegue a
50 mil alunos em mais de 1.000 escolas de 7
Estados. Mesmo com a crise da covid19, a
iniciativa não parou. “O prazo de adesão à
plataforma era até abril. Com a pandemia,
ampliamos até o fim do ano”, afirma. Das mais
de 1.000 escolas que o BC pretende atingir, há
atualmente mais de 600 cadastradas, com 25
mil alunos. O objetivo é levar o tema para todo
o Brasil em 2021.

Para Ana Leoni, superintendente de educação
da Associação Brasileira das Entidades dos
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