Clipping Banco Central (2020-07-31)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Especial - Educação
financeira
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Caderneta de poupança

Baixa poupança afeta crescimento


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Autor: Mônica Magnavita

Educação financeira não se resume a
instrumento para ajudar famílias sem controle
de gastos a programarem melhor seus
orçamentos mensais. Endividamento e
inadimplência elevados, combinados à baixa
taxa de poupança trazem efeitos negativos
diretos para a economia de qualquer país.
Dizem os livros acadêmicos que a taxa de
poupança — a soma da poupança das famílias,
das empresas e do governo — é um dos fatores
determinantes da renda per capita de longo
prazo de uma economia. Ou seja, uma taxa
baixa reduz a capacidade de financiamento do
investimento necessário para o crescimento

econômico e torna os países mais dependentes
do capital estrangeiro. O assunto é sério.

Nesse quesito, a situação brasileira não é das
melhores. No primeiro trimestre de 2020,
conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a taxa de poupança do país
atingiu 14,1%, é verdade que foi superior à do
mesmo período do ano passado, de 12,2%, mas
bem inferior aos 25% da Europa e aos mais de
30% da Ásia, conforme a Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE). Mesmo quando comparado a países
com características semelhantes, o
desempenho brasileiro também deixa a desejar.

O país poupa menos que Argentina, Uruguai,
Chile e Bolívia. Nas últimas sete décadas a taxa
manteve-se quase sempre abaixo de 20% do
PIB, levando o Brasil a exigir volumes elevados
de financiamento externo para garantir seus
investimentos. “Os números no Brasil são
baixos e o país necessita da poupança para
crescer. O governo não consegue ser a única
fonte. O mercado de capitais é um instrumento
importante para esse desenvolvimento”, diz Ana
Leoni, superintendente de educação financeira
da Associação Brasileira das Entidades dos
Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Para o superintendente de proteção e
orientação aos investidores da Comissão de
Valores Mobiliários (CVM), José Alexandre
Vasco, o longo período de hiperinflação vivido
pelos brasileiros (a inflação atingiu 80% ao mês,
em março, em 1990), contribuiu para consolidar
a cultura do brasileiro de atuar no curto prazo,
destinando sua renda para o consumo, e com
dificuldade de se planejar tendo em vista
horizontes mais longos. O esforço de
instituições públicas e privadas é reverter esse
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