Clipping Banco Central (2020-07-31)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Valor Investe
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Caderneta de poupança

Com a recuperação dos mercados mundiais, os
ativos no Brasil também andaram um pouco na
frente da economia.


A recessão para 2020 já está dada, mas
McCarthy diz ser melhor lançar o olhar para
dois ou trêsanos. O pano de fundo de juros
baixos permanece, o que pode movimentar a
compra de imóveis, permitir a alavancagem de
empresas, e estimular mais movimentos de
fusões e aquisições, eventos típicos de
geração de riqueza.


“Parece que há exagero, mas também não
acho que seja 80 mil pontos [o Ibovespa],
talvez seja 95 mil .” Sob a leitura de que a
economia pode surpreender positivamente, o
Itaú trabalha hoje com uma estimativa de 118
mil pontos para o Ibovespa no fim do ano.


Conforme as taxas caíam, os investidores
diminuíram a parcela em juros e aumentaram
na bolsa. A crise acelerou esse passo. “Talvez
tenha sido a melhor oportunidade num
horizonte de três a cinco anos”, diz McCarthy.
Ele lembra que enquanto no Brasil investimento
em bolsa representa cerca 10% da poupança
da população, a média mundial é de 35%.
Localmente, dá para dobrar essa fatia. “É um
movimento que vai levar alguns anos, não
décadas.”


A renda variável no Brasil tende a ganhar
combustível dos fundos de previdência, ainda
muito concentrados na renda fixa de curto
prazo, segundo Alfredo Menezes, executivo-
chefe e de investimentos da Armor Capital.
Com os juros no menor patamar da história, os
investidores institucionais vão ter que se
mexer, sob o risco de se tornar deficitários sem
bater metas atuariais lá na frente. “Eles vêm
alongando mais o perfil de dívida [na carteira] e
alocando mais recursos em bolsa e ações
como um todo.”


Outro reforço pode vir dos lançamentos de
ações, em ofertas iniciais ou subsequentes.
“Há em torno de US$ 4 bilhões, será um
termômetro interessante para ver se o
estrangeiro vai participar das colocações”,
acrescenta Menezes.

Nas posições de bolsa, o gestor tem dado
preferência a empresas com potencial de
crescimento e que distribuem bons dividendos.
“Uma companhia redonda hoje consegue
tranquilamente pagar mais que juros reais no
Brasil.”

Algumas empresas vêm sendo negociadas,
contudo, com preços esticados na B3, diz o
executivo, movimento turbinado pelos juros
muito baixos. Se antes o investidor perdia
dinheiro na bolsa e corria para a renda fixa, e
com 10% ou 15% ao ano de retorno conseguia
recuperar o prejuízo, hoje já não há mais essa
opção. “O cash no Brasil está mudando muito.
Há alguns exageros, mas também acho que os
múltiplos tendem a mudar.”

Com os juros baixos no Brasil e no mundo, o
time da Dhalia Capital tem uma cabeça positiva
para ativos de risco em geral, mas não abre
mão de ter uma dose de proteção na carteira,
com posições em ouro, por exemplo. Com a
injeção de liquidez equivalente a 13% do PIB
mundial pelos bancos centrais, esse dinheiro
tende a buscar crescimento em ativos reais:
bolsa, metais, moedas, bens imobiliários, lista a
sócia Sara Delfim.

A bolsa americana é uma das preferências da
casa, pela expectativa de recuperação mais
célere da economia dos EUA, e pelo foco em
tecnologia, com mais empresas listadas.

No Brasil, a carteira expressa alguns temas. O
primeiro deles, o de juros baixos, contempla
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