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Valor Econômico/Nacional - Brasil
sexta-feira, 31 de julho de 2020
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Capitais veem desequilíbrio em verba


para covid


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Autor: Rodrigo Carro

Apesar de concentrarem 24% da população, as
capitais e o Distrito Federal respondem por um
terço dos 2,55 milhões de casos da covid-19
confirmados no país até quarta-feira, segundo
dados compilados pela Frente Nacional de
Prefeitos (FNP). Dos R$ 11,3 bilhões destinados
diretamente ao combate à doença nos
municípios por meio da Portaria nº 1.666, do
Ministério da Saúde, 15% ficaram com as
capitais, pelos cálculos da entidade.

“As cidades com menos de 80 mil habitantes
ficaram com 56% da verba, sendo que elas
concentram um terço dos casos de covid-19”,
diz Gilberto Perre, secretário-executivo da FNP,

para depois enfatizar que seu objetivo, ao
comparar a distribuição de verbas, não é
alimentar a disputa entre pequenas e grandes
cidades. “Ninguém está defendendo que o
pequeno não deve ter apoio. Só queremos
balancear os recursos”. A FNP representa 406
cidades com mais de 80 mil habitantes, o que
corresponde a 61% da população nacional.

Pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), a pneumologista Margareth Dalcomo
explica que, além da maior densidade
demográfica, a presença de comunidades
carentes é um fator determinante para a
propagação do novo coronavírus nas capitais.
Nos municípios do interior, a tendência é de
menor aglomeração, devido às próprias
características urbanas dessas cidades,
geralmente com maior espaçamento entre as
moradias.

Se forem considerados os municípios com mais
de 500 mil habitantes, onde vivem 32% da
população do país, o número de casos da covid-
19 confirmados somava até a última quarta-feira
937,6 mil, de acordo com a FNP. O montante
equivalia a 38% dos casos confirmados no
Brasil.

O fato de as cidades de maior porte contarem
com uma arrecadação própria mais robusta —
na comparação com municípios menores,
dependentes de transferências voluntárias — é
relativizado pelo secretário-executivo da FNP.
“As capitais têm mais recursos próprios mas,
também, mais despesas. Em grande parte, os
recursos públicos estão ‘carimbados’ [têm
destinação pré-determinada]”, argumenta Perre,
que cita as despesas de pessoal como um dos
principais gastos das prefeituras.
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