Clipping Banco Central (2020-07-31)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Valor Investe
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - FMI

As projeções não são boas. O Fundo
Monetário Internacional (FMI) estima queda
de 9,1% do PIB brasileiro neste ano. Se
confirmada, será a maior queda em um único
ano na história do país. Nem mesmo nas piores
recessões a nossa economia teve uma queda
tão profunda. Na última crise, o PIB caiu 8,6%
entre o segundo trimestre de 2014 e o quarto
trimestre de 2016, segundo dados do Comitê
de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da
Fundação Getúlio Vargas (FGV).


A recessão atual vem justamente num
momento em que a economia brasileira dava
sinais de retomar um ritmo de crescimento
mais robusto. Após dois anos de crescimento
baixo e de uma década perdida, parecia que
veríamos um crescimento acima de 2% em
2020.


Além dos dados do PIB, estava presente nas
agendas a perspectiva de melhorias no
ambiente de negócios, as aprovações de
reformas institucionais importantes, além de
outras medidas para conter os gastos públicos.
Ou seja, previa-se um cenário de consolidação
das bases para o crescimento sustentável.


Um olhar positivo e a esperança são peças
fundamentais quando olhamos o futuro, o
cuidado à vida é a prioridade. Mas a
manutenção de uma agenda reformista deve
permanecer. Esta é a saída para a geração
sustentável de renda e emprego. Neste meio
tempo, as empresas pensam na sobrevivência.
Hoje, isso passa inevitavelmente pelos canais
digitais. O impacto dos investimentos nessa
área não se limita ao período do isolamento.
Há motivos para acreditar que alguns hábitos
adquiridos durante a quarentena devem
continuar — e quase todos eles estão ligados
às plataformas digitais, de entretenimento e
consumo.


A atenção com o caixa do negócio deve ser um
mantra. A busca pela eficiência nos gastos se
torna mais complexa e é fundamental para a
sustentabilidade dos negócios. A qualidade e o
cuidado com o cliente, cada vez mais exigentes
do outro lado do balcão exige um atendimento
impecável. As empresas que querem
sobreviver precisam ter diferenciais que são
identificados e valorizados pelos clientes.

No início de julho, Rio de Janeiro e São Paulo,
as duas maiores cidades do Brasil, iniciaram
movimentos de abertura do comércio e demais
serviços, ainda de modo preliminar, mas
indicando uma nova fase. Por outro lado, o
interior do país apresenta ainda sinais de
dificuldades, natural pela geografia do Brasil.

O comportamento das próximas semanas será
decisivo para a identificação do caminho que
iremos trilhar rumo a plena recuperação. Ainda
há muita incerteza no horizonte. Cautela e
planejamento são imperativos neste cenário.
Governos podem se ver obrigados a rever as
iniciativas e impor novas restrições.

Nosso indicador de atividade econômica, o
IGet, dá sinais de que a crise pode já ter
passado. Em abril, o índice caiu 26,8%, após
ajuste sazonal. Na comparação com 2019, a
queda chegou a 53%. Em maio, o indicador
iniciou recuperação, com alta de 11,2% após
ajuste sazonal. Já em junho, registrou alta de
6,3% nas vendas no varejo.

Como toda crise, essa também passará.
Pessoas e empresas têm a grande
oportunidade de reverem conceitos e de
aproveitarem o momento para crescerem ainda
mais fortes. E, juntos, desenvolvermos o Brasil.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central -
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