Clipping Banco Central (2020-07-31)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Brasil
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Rombo da União no primeiro semestre


é o maior desde 1997


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Autor: Lu Aiko Otta e Edna Simão

Impactadas pelo crescimento das despesas e
pela redução das receitas devido à pandemia,
as contas do governo central, conjunto formado
por Tesouro Nacional, Previdência Social e
Banco Central, fecharam o primeiro semestre
deste ano com um rombo de R$ 417,2 bilhões, o
pior para o período registrado na série iniciada
em 1997. Parte da deterioração será revertida
no segundo semestre do ano, disse o secretário
do Tesouro Nacional, Bruno Funchal.

Em meio às discussões sobre a criação de
novos programas como o Renda Brasil e a
Carteira Verde Amarela, o secretário defendeu a
preservação da regra do teto de gastos. “O seu

fortalecimento é importante para ancorar
expectativas, ter taxa de juros baixas, o que
implica em menos gasto público com juros e
mais projetos de investimentos que geram
empregos.”

Para manter o teto, será preciso avaliar a
eficiência dos programas do governo. Funchal
citou o abono salarial e o Benefício de
Prestação Continuada (BPC) como exemplos de
gastos que atendem à “camada mais rica da
população”. O elevado aumento dos gastos para
adoção de medidas de combate à covid-19 e a
forte queda das receitas fizeram com que, em
junho, as contas do governo central
registrassem déficit de R$ 194,7 bilhões,
também o pior da série para o mês. O resultado
acumulado em 12 meses, um rombo de R$
483,9 bilhões, é recorde.

As receitas líquidas chegaram a R$ 65,1
bilhões, uma queda real de 31% na comparação
com junho de 2019. As despesas, por sua vez,
ficaram em R$ 259,9 bilhões, um avanço real de
144% no mesmo período. No semestre, as
receitas líquidas somaram R$ 526,2 bilhões,
queda de 18,1% sobre 2019. As despesas
somaram R$ 943,5 bilhões, aumento real de
40,3%.

As ações do governo contra a covid-19
produziram um inesperado salto de 936,4% nos
investimentos, que somaram R$ 26,8 bilhões só
em junho. A explicação são os repasses do
Tesouro aos fundos garantidores do Banco do
Brasil e do BNDES para dar apoio a operações
de crédito a empresas, de R$ 21,5 bilhões.

Funchal destacou que os adiamentos das
contribuições ao INSS fizeram recuar as
receitas previdenciárias, ao mesmo tempo em
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