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Valor Econômico/Nacional - Brasil
sexta-feira, 31 de julho de 2020
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Déficit primário deve ficar em R$ 812
bi no ano, estima governo
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Autor: Mariana Ribeiro
O Ministério da Economia espera que o déficit
primário do setor público fique em R$ 812,2
bilhões neste ano, o que representaria 11,3% do
Produto Interno Bruto (PIB). A previsão, que
considera uma retração da economia de 4,7%,
conforme estimado pela pasta, representa uma
melhora em relação à apresentada no início do
mês, quando o governo falava em um número
negativo em R$ 828,6 bilhões, ou 12% do PIB, a
partir de uma estimativa de queda do PIB de
6,5%.
Os números foram apresentados ontem pelo
secretário especial de Fazenda, Waldery
Rodrigues, na comissão do Congresso
destinada a acompanhar as medidas de
enfrentamento à covid-19. “É um número muito
elevado.
O maior da série histórica”, disse ele,
acrescentando que o aumento dos gastos é
“justificável ”, devido à pandemia, mas deve ficar
restrito a 2020.
Para Waldery, a economia brasileira não
apresentará queda tão intensa, de 8% ou 9%
neste ano, como alguns economistas previam.
O secretário frisou que diversos indicadores
vêm indicando recuperação da atividade e
essas previsões, mais pessimistas, “terão que
ser corrigidas”.
Para o governo central, a projeção está negativa
em R$ 787,4 (11% do PIB), como divulgado na
semana passada. O governo trabalhava com
uma meta de déficit primário de R$ 124 bilhões
em 2020, mas ficou desobrigado de cumpri-la
pela decretação do estado de calamidade
pública.
A dívida bruta do governo geral deve chegar a
94,7% do PIB em 2020, considerando uma
queda de 4,7% da economia. O ministério
apresentou ainda outras quatro projeções, duas
mais otimistas e duas mais pessimistas, nas
quais o percentual pode variar de 92,4% a
96,9% do PIB. No cenário base, o governo
espera ainda que a dívida líquida do setor
público fique em 67,2% do PIB.
Na apresentação, Waldery destacou que haverá
um salto na dívida neste ano, mas que o
objetivo da equipe é recolocá-la em trajetória
declinante, com ênfase na agenda de reformas.
Ele pontuou ainda que as estimativas não
consideram possíveis ações do Banco Central
(BC), como a venda de reservas internacionais,