Clipping Banco Central (2020-07-31)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Brasil
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Concessões fiscais dificultam escolha


para o BB


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Autor: Maria Cristina Fernandes

A perspectiva de Paulo Guedes ter que fazer
concessões crescentes às pressões para
aumentar o déficit público, com as medidas de
enfrentamento da pandemia, enfraquecem a
capacidade de o ministro da Economia recrutar
no mercado um substituto para o lugar de
Rubem Novaes no comando do Banco do Brasil.

Sob reserva, o ex-presidente de um dos maiores
bancos do país diz que a percepção no mercado
é que se o ministro não será capaz de se opor à
escalada de gastos tampouco terá condições de
levar à frente a privatização do banco.

Conduzir um processo de venda do Banco do

Brasil seria o único atrativo para um cargo que,
além de ter um salário (R$ 68 mil) considerado
pouco competitivo para os padrões do mercado
financeiro, ainda enfrenta o que, entre
executivos do setor, se entende como “excesso
de corporativismo” de órgãos reguladores como
o Banco Central.

Na opinião desse operador, Guedes não apenas
teria perdido as condições de se opor às
políticas nas quais o presidente Jair Bolsonaro
deposita suas fichas para a reeleição em 2022,
como pegou gosto pela popularidade que as
medidas de sua pasta podem gerar.

Por isso, por mais que o ministro queira um
nome do mercado, crescem as chances de
alternativas mais próximas da política, como o
ex-presidente do Banrisul Mateus Bandeira.
Bandeira foi candidato do partido Novo ao
governo do Rio Grande do Sul, em 2018.

Cogitam-se ainda o atual conselheiro da gestora
General Atlantic Conrado Engel, além das
alternativas internas. Entre elas, estão Carlos
Hamilton Vasconcelos Araújo (vice-presidente
de gestão financeira), Mauro Ribeiro Neto (vice-
presidente corporativo) e Hélio Magalhães
(presidente do conselho de administração).
As dificuldades para a escolha de um substituto
para Rubem Novaes revelam a corrosão da
credibilidade de Guedes, mas não atestam uma
perda de apoio para que permaneça no cargo.
O maior temor é de que, dada a escalada
populista de Bolsonaro, uma substituição de
Guedes poderia ser ainda pior.
Já se dá como certo que algum imposto virá,
mas a maior expectativa é de que o presidente
da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de longe,
o melhor interlocutor do mercado financeiro em
Brasília, seja capaz de aprovar as reformas
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