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Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Eu & Fim de Semana
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Por Fernando Abrucio

Bolsonaro percebeu que, para ter os pobres ao
seu lado, não basta a combinação de moralismo
religioso com defesa da liberdade dos mais
fortes.

Há momentos históricos que escancaram os
problemas estruturais das nações, colocando-as
numa situação inescapável de escolha sobre o
futuro. A pandemia atual assemelha-se, neste
sentido, à época da abolição. Em ambas as
conjunturas o país se viu diante da necessidade
de enfrentar injustiças profundas. No fim do
século XIX, Joaquim Nabuco disse que, além de
libertar os escravos, seria preciso acabar com a
obra da escravidão, suas consequências e
estrutura mais profunda. Hoje, além criar um
programa de transferência de renda que atinja
mais pessoas e com mais benefícios, é
fundamental atacar a desigualdade em sua
plenitude.

A comparação entre esses dois períodos é um
exercício relevante porque os escravos foram
soltos, mas não incluídos efetivamente na
sociedade brasileira. Os negros continuaram
sendo a parcela mais discriminada do país,
mantendo-se, em geral, em situação de grande
vulnerabilidade em termos de renda, moradia,
escolaridade e representatividade política.
Discute-se no Brasil agora como turbinar o
Bolsa Família, rebatizado pelo governo de
Renda Brasil. Não está ainda muito claro como
esse programa funcionará, de modo que é
necessário avisar que transferir renda é algo
necessário, porém completamente insuficiente
no combate à pobreza e (mais ainda) à
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