Clipping Banco Central (2020-08-01)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Globo/Nacional - Opinião
sábado, 1 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Empresas começam a sentir efeitos


da política de insensatez ambiental


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Seria ótimo se o governo, que nada ajuda, ao
menos não atrapalhasse as iniciativas do setor
privado

Efeitos da política ambiental do governo Jair
Bolsonaro começam a ser percebidos nas
maiores empresas agroindustriais. Na semana
passada, a JBS foi excluída do portfólio do
fundo Nordea, gestor de R$ 1,4 trilhão em ativos
da Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia.

A JBS é líder na produção de proteína animal,

emprega cerca de 230 mil pessoas em 15
países e tem parte da sua cadeia de suprimento
de carne bovina em áreas sob suspeita de
desmate ilegal no Pará. Nordea é uma das
instituições financeiras que têm advertido o
governo sobre o desmatamento na Amazônia.

O custo da insensatez ambiental está
aumentando para o país. Isso ocorre numa fase
de devastação econômica, agravada na
pandemia, quando é evidente a necessidade de
capital externo para financiar a saída da crise. E
paradoxal, porque o Brasil deveria estar entre os
destinos mais atraentes num mundo com oferta
de dinheiro para investimentos, o real entre as
moedas mais desvalorizadas e, por
consequência, ativos nacionais baratos.

Ainda há tempo para conter disparates na
política ambiental. Entre março e maio assistiu-
se à passagem da "boiada", no vulgar linguajar
ministerial, com quase duas centenas de regras
infralegais (portarias, regulamentos etc.)
facilitadoras do desmate e da grilagem de
terras. O volume foi 1.100% maior que em igual
período do ano passado, informa pesquisa do
Instituto Talanoa/ "Folha de S.Paulo". Some-se
a notória leniência federal no setor.

O panorama do agronegócio no Brasil é
favorável à mudança de comportamento.
Projeta-se para a próxima década avanço na
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