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O Globo/Nacional - Sociedade
sábado, 1 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

A HORA DA CIÊNCIA Quarentena


não é castigo!


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Autor: Natalia Pasternak

Desde o início da pandemia, as chamadas
medidas não farmacológicas, principalmente o
que acabamos chamando de "quarentena" - o
distanciamento físico mais radical, com as
pessoas ficando em casa o máximo possível e a
consequente paralisação de boa parte da
economia - , têm sido questionadas, quando não
combatidas. Isso após diversos estudos
mostrarem o benefício dessas medidas, e os
exemplos de países como Alemanha, Coréia do
Sul e Nova Zelândia, que, após implementar,
com sucesso, quarentenas rígidas, agora
retornam, com segurança, ávida normal.

Os brasileiros que há quatro meses observam o
isolamento estão frustrados. Muitos imaginam
que tudo foi em vão. Pior, cria-se uma sensação
de que, se não há nada a fazer, e as mortes são
inevitáveis, então que venha o que vier.

Como cientistas e comunicadores, creio que
falhamos em passar a mensagem de que o
retorno ao mundo normal depende de um
esforço coletivo. A solução para a pandemia
existe, e não depende de uma vacina. Depende
de agirmos como sociedade. A quarentena não
é um castigo. E a consciência de que a morte
dos entes queridos dos outros pode ser evitada
por uma atitude pessoal minha.

O vírus não tem pernas. Se pessoas não o
levarem a outras pessoas, não consegue se
multiplicar. Há gente que quer saber se os filhos
podem visitar um amiguinho, afinal, se estamos
todos em quarentena, estamos todos
protegidos, certo? Outras dúvidas incluem saber
se tudo bem visitar os avós, desde que todos
usem máscara, e se alguém, com sintomas,
pode sair do isolamento só para fazer compras
essenciais.

Nenhuma dessas é uma boa ideia. E preciso
assumir que todos são transmissores em
potencial. Os amigos dos filhos, os vizinhos do
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