Clipping Banco Central (2020-08-01)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Globo/Nacional - Rio
sábado, 1 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Ipea

MENOS DINHEIRO, MAIS DOR


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Autor: LUCAS ALTINO

O coronavírus contamina a todos, sem
distinção, mas, na prática, é mais letal entre os
pacientes de classes sociais mais baixas. Uma
pesquisa inédita do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) mostra que 79,6%
dos 6.735 óbitos registrados na capital até o dia
13 de junho ocorreram nas áreas mais pobres
da cidade, a maioria longe da Zona Sul, Barra e
Grande Tijuca, que têm índice de
Desenvolvimento Social (IDS) mais alto. Mesmo
tendo mais idosos, principal grupo de risco para
a doença, essas regiões com população de
maior poder aquisitivo tiveram uma taxa de
letalidade média de 10% - metade da registrada

nos locais mais carentes, de 20% em média.

Os pesquisadores dividiram os 162 bairros do
Rio em cinco grupos, de acordo com o IDS, que
leva em consideração oito indicadores, como
educação, renda, acesso a água e esgoto. O
melhor resultado (nível 5) foi encontrado na
Lagoa e o mais baixo (1) em Acari, na Zona
Norte. Após cruzarem os dados epidemiológicos
disponíveis com o IDS, eles chegaram a um
retrato do comportamento da doença. Foi
possível descobrir, por exemplo, que, a
letalidade (quantidade de pessoas que morrem
dentro do universo de infectados) foi
praticamente a mesma nos grupos 1 e 2 (que
incluem a maioria dos bairros das Zona Norte e
de parte da Zona Oeste): de 19,6% e 20%,
respectivamente. A medida em que o indicador
melhora, a taxa cai - para 17,85% e 16% nos
grupos de bairros 3 e 4 - até despencar para
10% no grupo 5, que reúne as regiões mais
ricas do Rio. A relação dos 162 bairros que
compõem os cinco grupos pode ser consultada
no site do GLOBO.

O levantamento também analisou os óbitos por
Covid-19 nas diferentes faixas etárias e cruzou
os dados com o local de moradia das vítimas.
Mais uma vez, ficou comprovado o impacto do
endereço. A taxa de letalidade entre pacientes
de 20 a 29 anos das regiões com IDS 1 é de
4,7%. Para os infectados da mesma idade, mas
que moram nos bairros com IDS 5, é de 0,7%. O
mesmo acontece no grupo entre 40 e 49 anos: a
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