Clipping Banco Central (2020-08-01)

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Banco Central do Brasil


Correio Braziliense/Nacional - Opinião
sábado, 1 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Momento de cautela


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O Brasil deveria seguir o exemplo de outros
países e não se imiscuir em assuntos internos
de outras nações, como as eleições para a
presidência dos Estados Unidos, a serem
realizadas em menos de 100 dias. Declarações
recentes de figuras de proa da política brasileira
em favor da reeleição do atual presidente dos
EUA, Donald Trump, colocam em risco as
relações futuras com a potência global, caso o
candidato do Partido Democrata, Joe Biden,
saia vitorioso na disputa. O presidente Jair
Bolsonaro, inclusive, deixou explícito seu apoio
à candidatura de Trump, pelas redes sociais, no
mês passado.

O último episódio de intromissão indevida
envolveu o deputado federal Eduardo Bolsonaro

-- ele presidiu a Comissão de Relações
Exteriores e Defesa Nacional da Câmara. Sem
qualquer traquejo diplomático, o parlamentar
postou um vídeo da campanha de Trump com
ataques aos democratas com a inscrição
"Trump em 2020". Dias antes, em explícito
alinhamento ao colega estadunidense, o
presidente Bolsonaro disse: "A gente torce por
Trump. Temos certeza de que vamos
potencializar, e muito, o nosso relacionamento".

O risco de isolamento político do Brasil é grande
em caso de vitória do candidato democrata,
avaliam experientes diplomatas. Principalmente
por causa da incomum reação de congressistas
democratas, como o presidente da Comissão de
Relações Exteriores da Câmara dos EUA, Eliot
Angel, que classificou a iniciativa do deputado
brasileiro como "inaceitável e vergonhosa". E
arrematou, em sua conta no Twitter; "A família
Bolsonaro precisa ficar fora da eleição dos
Estados Unidos".

Atitudes como as de políticos brasileiros, que
irritam os norte-americanos, vêm sendo
interpretadas como interferência indevida do
Brasil nos assuntos internos dos Estados
Unidos. Eles ainda guardam na memória o
episódio da provável interferência russa contra a
candidatura de Hillary Clinton -- ela também é
do Partido Democrata -- nas últimas eleições
presidenciais. Ressalta-se que qualquer
ingerência estrangeira é vista nos Estados
Unidos como uma ameaça em potencial.

A questão a ser levada em consideração é que
a maioria das pesquisas apontam a vitória de
Joe Biden e o governo brasileiro deveria montar
uma estratégia caso a previsão se concretize.
Uma das possibilidades de aproximação com os
democratas seria a postura contrária à China
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