Clipping Banco Central (2020-08-01)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Correio Braziliense/Nacional - Mundo
sábado, 1 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

laboratórios da China e do Reino Unido.
Excelência técnico-científica e capacidade
instalada para produção em escala qualificam
os centros de pesquisa brasileiros.


Para o governo Bolsonaro, fica a missão de
negociar a aquisição de lotes de vacinas, tão
logo quanto possível, em um ambiente
internacional em que múltiplos concorrentes
abrem o cofre, o talão de cheques e o cartão
de crédito para garantir os próprios
suprimentos. Inclusive -- e principalmente -- por
imposições do jogo político interno.


A corrida pelas ampolas de vacina se viu
contaminada pelo anúncio de que a Rússia
pretende pedir o registro de uma fórmula já no
mês que começa hoje. Ainda duas semanas
atrás, governos ocidentais denunciaram a
invasão de hackers russos aos sistemas de
dados de instituições de diferentes países em
estágio avançado nas pesquisas e testes.


Quem pode mais...


Na competição pelo suprimento de vacinas se
desenha o enigma existencial imediato para o
Planalto e o Itamaraty. O alinhamento
preferencial com a Casa Branca de Donald
Trump, incluídos os atritos com a OMS e outras
agências do sistema ONU, distancia o país não
apenas de outros potenciais produtores.


O unilateralismo em política externa tem por
corolário a máxima segundo a qual "quem pode
mais chora menos". O presidente americano
tem pela frente uma campanha difícil pela
reeleição, no início de novembro. Criticado pela
resposta à pandemia, com os EUA na liderança
do ranking de casos e de mortes pela covid,
Trump não economiza dólares para comprar
antecipadamente milhões de doses.


O Brasil, segundo colocado nas estatísticas da


crise sanitária, tem cacife escasso para o leilão.

Fica no trono?

A campanha pelo segundo mandato,
ameaçado pelos sinais captados nas pesquisas
a pouco mais de três meses da votação, dita
cada vez mais as opções do presidente-
candidato. Sintomático que ele tenha invocado
o vírus como motivo para um adiamento do
pleito: coronacético de primeira hora, como o
aliado e amigo Bolsonaro, o titular da Casa
Branca levantou suspeitas de "fraude em
massa" em uma eleição com ênfase no voto
não presencial, por correio ou internet.

A mudança da data, fixada para 3 de novembro
pela norma constitucional, passa pelo
Congresso. A oposição democrata, que
controla a Câmara, aponta a artilharia contra a
ideia. E mesmo no Partido Republicano
(governista), majoritário no Senado, o balão de
ensaio lançado pelo presidente topa com
resistências.

"O momento coloca em teste a política externa
traçada por Bolsonaro e pelo chanceler Ernesto
Araújo"

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas
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