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Banco Central do Brasil


Revista Carta Capital/Nacional - Capa
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - FMI

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Autor: Rodrigo Martins

A destruição de postos de trabalho empurra
milhões de brasileiros para a informalidade e o
desalento, potencial ambiente de convulsão
Vanessa Cristina Teixeira dos Santos, de 38
anos, é atriz, dubladora, percussionista e
cantora lírica, mezzo soprano. Com apoio do
projeto Sonora Brasil, do Sesc, tinha uma turnê
musical programada para estados do Norte e
Nordeste de março a dezembro, pelo grupo
Líricas Negras. O avanço do coronavírus no
Brasil, hoje o epicentro da pandemia global,
levou ao cancelamento das apresentações. Da
noite para o dia, a artista viu todas as portas se
fecharem. “Eu também toco na banda do Ilú
Obá de Min e faço parte do Grupo Saracura,
que promove humanização hospitalar por meio
da música. Tudo está suspenso. Neste último
caso, devido ao risco de exposição ao vírus, só
devemos voltar quando houver uma vacina
disponível”, lamenta Negravat, como é
conhecida no meio artístico. Após três
angustiantes meses, ela conseguiu vencer a
burocracia e ter acesso ao auxílio emergencial
pago pelo governo. O valor é, porém,
insuficiente para quitar as despesas básicas,
como aluguel e alimentação.

“Foi quando eu pensei: bom, tenho uma
scooter, amo pilotar, posso trabalhar com isso.
Consegui fechar parcerias com empresas para
fazer entregas particulares, de roupas a
produtos de artesanato”, conta. Bastaram três
semanas no novo ofício, pelas ruas de São
Paulo, para sentir o peso da instabilidade. “Em
alguns dias tem bastante trabalho. Em outros
não aparece nada. Ainda assim, fujo dos
aplicativos, pois sei a exploração a que meus
colegas estão submetidos”, afirma. “Por ser
mulher, negra, lésbica e, além de tudo, cantora
lírica, há tempos tenho essa postura de
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