Clipping Banco Central (2020-08-01)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Revista Carta Capital/Nacional - Seu País
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

Robin Hood ao contrário, que tira dos mais
pobres para dar para os super-ricos. (...) No
âmbito municipal – esse debate nos convida a
tratar do Imposto Territorial –, São Paulo já
avançou na progressividade do IPTU, mas tem
mais a avançar. Bairros populares têm de ser
isentos de IPTU, enquanto as regiões
habitadas pelos super-ricos precisam ter
cobrança proporcional, ou seja, quem tem mais
paga mais, quem tem menos paga menos. (...)
Com relação à união das esquerdas, eu não
poderia deixar de analisar a situação do PSD,
que é um partido que figura no campo
progressista, portanto, na oposição ao governo
Bolsonaro e merece o respeito de todos nós.
Eu tenho amigos e amigas no partido, porém, o
PSD de São Paulo eu não colocaria nesse
espectro. Márcio França foi vice de Alckmin por
oito anos, portanto, ele é da ala mais à direita,
que é a ala mais tucana do PSD. Márcio
França, digamos, é um dos candidatos da
continuidade do tucanato em São Paulo e ele
brigou com o Doria, não sei qual foi o motivo,
se foi pessoal ou se foi político. França apoiou
Doria em 2016 e Bruno Covas é a continuidade
dessa gestão. O PSD de São Paulo expressa
um projeto que não está propriamente no
campo progressista.


O MOMENTO CRUCIAL


Até 2014 tivemos uma política do governo
federal que preservou investimentos públicos
importantes. Em 2015 houve uma virada de
austeridade, a compra da cantilena neoliberal e
o florescimento do golpe. O fato de ter críticas
ao governo Dilma não nos impediu de estar na
linha de frente contra o golpe, o fato de ter
diferenças políticas com Lula, não nos impediu
de estar no Sindicato dos Metalúrgicos atuando
contra a sua prisão. (...) Desde que Bolsonaro
tomou posse, tenho sido defensor público de
todas as formas de unidade da esquerda contra
o bolsonarismo. Nos processos eleitorais,
lamentavelmente, entram em jogo questões


menores, paroquiais, locais. (...) Respeito a
candidatura do Jilmar Tatto, respeito a
candidatura do Orlando Silva, do PCdoB, mas
é evidente que seria bem melhor se
pudéssemos construir uma unidade no campo
da esquerda, porque o grande objetivo é a
derrota do bolsonarismo.

A TRAGÉDIA ECONÔMICA E SOCIAL


Já se fala numa queda econômica de 9% e, se
isso acontecer nós vamos passar em poucos
meses de 13 milhões de desempregados para
25 milhões ou 30 milhões. E vamos passar de
40 milhões de trabalhadores na informalidade,
trabalhando de bico, para 60 milhões.

Isto significa miséria nas ruas, fome, saques.
Nós podemos ter um processo de convulsão
social no Brasil no curto prazo, ainda mais num
governo sem qualquer responsabilidade social,
com um sociopata no comando. É uma
situação que apresenta seus perigos. Poderia
ser o prenúncio de uma revolta popular. Mas
que poderia também ser instrumentalizada pelo
bolsonarismo, para chamar as Forças Armadas
e desencadear um processo de endurecimento
autoritário, que é o seu desejo, ele não
esconde.

CONFUSÕES À ESQUERDA


Uma parte da esquerda brasileira entendeu que
bastava, de dois em dois anos, subir o morro e
atravessar a ponte para convencer as pessoas
a votar, mas não entendeu quanto era
necessário manter redes de apoio de
solidariedade e de convívio com o próprio povo.
O Movimento Sem Teto organizou um fundo
solidário, inclusive a CartaCapital noticiou e
mostrou o que esse fundo fez, com recursos
que foram arrecadados por uma vaquinha
virtual, feita solidariamente, com zero de
recursos públicos. O movimento distribuiu 220
toneladas de alimentos nas periferias, mais de
100 mil máscaras de proteção, kits de higiene,
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