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Banco Central do Brasil


Revista Carta Capital/Nacional - Colunistas
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: WARFRIDO WARDE JR

O trabalho precisa reequilibrar as relações com
o capital, mas não prescinde dele
Muito mudou e muito ainda continua o mesmo,
desde que Gianfrancesco Guarnieri escreveu e
José Renato encenou, ao som de Adoniran
Barbosa, no mítico Teatro de Arena, Eles Não
Usam Black-tie.

O movimento sindical perdeu o passo da
história, enredado pelas artimanhas do capital.
Viu crescer a barriga, amansou sob o mote da
cooperação de classes, fletiu a partir da
esquerda em direção ao centro e, às vezes, até
mesmo para a direita. O leão perdeu os dentes
e os músculos até se transformar num gatinho,
quase um móvel desnecessário, um estorvo, no
meio da sala.

Viu minguarem, perplexo e praticamente inerte,
o número de empregos com carteira assinada e
os direitos trabalhistas diante da invenção dos
precarizados, uma crescente e maltrapilha
classe empresarial. Não foi capaz de abater, em
um país de pobres e remediados, a falácia da
flexibilização das relações laborais como motor
do pleno emprego, e, por isso, ajudou a
enriquecer os ricos e a empobrecer os pobres.
Alguns dirão que foi domesticado pela
esquerda, para que fosse, então, abatido pela
direita, que não teve, em vista da prostração do
alvo, qualquer prurido em dar cabo da
contribuição sindical obrigatória.

Não era para menos, a percepção da grande
massa trabalhadora é a de que o movimento
sindical, berço da esquerda que chegou ao
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