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Revista Carta Capital/Nacional - Colunistas
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: ANTONIO DELFIM NETTO

Com o Fundeb na Constituição, repete-se o
engessamento do governo por ignorar a
dinâmica demográfica
O que chamamos de economia política é uma
acumulação secular de conhecimentos dos
sucessos e dos fracassos do homem na sua
eterna tentativa de usar os recursos físicos e a
sua experiência obtida na caminhada para
atender às suas necessidades que crescem
endogenamente à medida que ele caminha. É
uma batalha entre elementos físicos (recursos
versus desejos), que não dependem da sua
expressão monetária. A moeda pode facilitar as
trocas, pode até determinar o comportamento
do homem, mas não é nem cria os recursos
físicos cujos usos inteligentes determinam a
produtividade do trabalho humano.

Uma das consequências perturbadoras da
pandemia que nos assombra e para a qual
estamos dando uma resposta comparável à dos
outros países (com a PEC da guerra e a
flexibilização da política monetária) é o
crescimento da ideia de que “moeda é recurso”.
Isso torna tudo mais simples, uma vez que
“produzir” moeda é a coisa que o governo faz
melhor... A discussão sobre o Fundeb (os seus
benefícios sobre a “igualdade de oportunidades”
de nossos futuros cidadãos são indiscutíveis)
revelou isso, com um agravante. Foi mais uma
manifestação de “onipresença”, “onisciência” e
“onipotência” do Congresso. Repetiu a tragédia
de colocá-lo na Constituição e engessou a ação
do governo por ignorar a dinâmica demográfica.
O mesmo erro pelo qual estamos pagando
agora, quando vemos que 96% do orçamento
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