Clipping Banco Central (2020-08-01)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
sábado, 1 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

sustentando o cenário do Banco Central
Europeu de que deflação pode ser evitada. A
Eurostat informou que os preços ao
consumidor no bloco avançaram 0,4% em
julho, na comparação com o ano anterior, 0,3%
em junho e 0,1% em maio.


A debilidade da economia na zona do euro no
segundo trimestre foi um pouco mais intensa
do que nos Estados Unidos, que registrou um
recuo de 9,5% no período, conforme dados
divulgados na quinta-feira. Mas, como a
pandemia está em um ritmo mais
descontrolado nos EUA, economistas avaliam
que a situação americana será mais delicada
daqui para frente.


"Apesar de alguns países europeus estarem
tendo um repique (nos casos de coronavírus),
eles já estão em uma saída (da crise) mais
concreta. EUA e Brasil registram uma
intensidade muito maior no número de casos.
Isso tende a causar impactos maiores também
na economia do terceiro trimestre", diz Sergio
Vale, economista-chefe da MB Associados.
Vale lembra ainda que os programas de ajuda
dos governos brasileiro e americano são mais
curtos que o europeu, o que também não
favorece a atividade econômica dos países
americanos.


Para o economista Armando Castelar, do
Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre), em
nenhuma dessas regiões, haverá uma
recuperação rápida, em forma de V. Na


Europa, sobretudo, deve pesar o fato de o
turismo estar fechado para viajantes de outros
países. O surgimento de novos surtos do
coronavírus, obrigando alguns países a
retomarem as restrições de circulação de
pessoas, também vai prejudicar o PIB nos
próximos meses. "Deve haver uma melhora no
terceiro trimestre, mas nada suficiente para
recuperar as perdas do primeiro e do segundo
trimestre."

Impacto local.

O recuo das principais economias do mundo
não deve ter um impacto muito significativo no
Brasil, dado que as exportações não tem peso
relevante no PIB e a maior parte das vendas
internacionais do País tem como destino a
China, que já está em fase de recuperação. No
acumulado do ano até junho, as exportações
totais do Brasil recuaram 7%, enquanto os
embarques para a China aumentaram 13%. O
fato de o País vender para fora principalmente
commodities também faz com que a queda nas
exportações sejam menores.

O economista Silvio Campos Neto, da
Tendências, porém, destaca que efeitos
indiretos da crise global podem prejudicar o
Brasil, já que os investidores ficam mais
reticentes e avessos ao risco diante de uma
recessão mundial./ luciana dyniewicz, com
REUTERS
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