Banco Central do Brasil
Revista Valor Setorial/Nacional - Noticias
quinta-feira, 30 de julho de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto
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Autor: Lauro Veiga Filho
Setor é o menos afetado pela pandemia, mas
pressão internacional contra a devastação
ambiental pode travar negócios em ano de
safra recorde de grãos
Se não ocorrerem mudanças ainda mais
drásticas no cenário econômico à frente, o
agronegócio tende a atravessara crise gerada
pela pandemia com estragos localizados, mas,
no geral, os resultados esperados ainda
deverão ser positivos. As perspectivas surgem
mais promissoras para os setores de grãos e
de proteína animal, sustentados pelas
exportações - com destaque para a soja e para
as carnes-, e menos animadoras para a
indústria sucroalcooleira e para o algodão.
Dentro da porteira, ou seja, considerando
apenas a produção primária, o Produto
Interno Bruto (PIB) da agropecuária pode vira
crescer de 1,9% a 2,0% neste ano, conforme
Maurício Une, economista-chefe do Rabobank
Brasil, e Ricardo Jacomassi, economista-chefe
da TCP Partners. Essa taxa poderia alcançar
algo mais próximo de 2,4%, e “só não será um
pouco mais elevada porque a cadeia de
proteína animal está mais pressionada interna
mente”, estima Jacomassi.
Numa avaliação mais geral, o diretor de
agronegócio do Itaú BBA, Pedro Fernandes, a
firma que “o setor passa bem por essa
pandemia”, apresentando bons resultados não
apenas em termos relativos, mas também com
ganhos efetivos derivados da melhora nos
preços em reais ante o ciclo 2018/2019 e de
ganhos de produtividade nas principais
lavouras. O desempenho esperado para o
agronegócio, pondera Une, poderá arrefecer
parcialmente “o grande choque negativo
experimentado pelos setores industrial e de
serviços”, que tendem a encolher 6,4% e 8,2%
respectiva mente. A natureza da atividade no
agronegócio, prossegue, favorece o
distanciamento.
“Ainda assim, todo o cuidado é pouco”, alerta
Une, lembrando que a colheita de algumas
safras poderá atrair mão de obra de regiões
com maiores índices de infestação pela covid-
19, trazendo riscos maiores para o interior do
país, onde é menor a infraestrutura hospitalar.
Analisando pelo lado da demanda, o
economista alerta ainda que a interiorização ou
uma segunda onda da Covid-19, num momento
em que não há ainda vacinas ou medicamentos
eficazes, “poderá conterá expansão da
atividade agropecuária, ou mesmo dar um viés
de baixa”.
O novo coronavírus, no entanto, não é a única
ameaça ao agronegócio brasileiro. Empresas