Clipping Banco Central (2020-08-01)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
sábado, 1 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Ipea

Os cortes vistos na terceira semana de junho
se repetiram na semana de 28 de junho a 4
julho (menos 752 mil postos) e na semana de 5
a 11 de julho (663 mil a menos). Quase a
totalidade dos 2,8 milhões de postos de
trabalho cortados na comparação com o início
de maio foi perdida entre meados de junho e a
segunda semana de julho, mostram os dados
do IBGE.


"Os sinais de que o mercado de trabalho
poderia estar começando a se recuperar,
observa- dos em semanas anteriores, não se
confirmaram nas últimas duas semanas", diz
um relatório do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) divulgado no fim da
tarde de ontem.


Adequação. As novas rodadas de demissões
podem estar associadas à adequação das
empresas a um cenário de demanda menor
após o início da retomada das atividades, com
a flexibilização das medidas de distanciamento
social. Anteontem, o IBGE mostrou que, da
primeira para a segunda quinzena de junho,
411 mil empresas reduziram o número de
empregados.


Rodolpho Tobler, pesquisa- dor do Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio
Vargas (Ibre/FGV), cita o exemplo de bares e
restaurantes que, num primeiro momento,
demitiram parte dos funcionários e passaram a
funcionar só com entregas. Autorizados a
reabrir, perceberam que o fraco movimento


exigia número ainda menor de empregados.

"Algumas empresas estão voltando e podem
estar percebendo que não dá para manter o
negócio como era antes", afirmou Tobler.

Parte dos demitidos pode estar no grupo dos
afastados por causa da pandemia, em
empresas que adotaram medidas emergenciais
autorizadas pelo governo, como suspensão do
contrato e redução da jornada. Na semana de 5
a 11 de julho, 7 milhões estavam nessa
situação. No início de maio, eram 16,589
milhões. Enquanto o total de ocupados oscilava
em torno da estabilidade, semana após
semana, a queda nesse grupo sinalizava
apenas para a reabertura das atividades, mas a
ocupação passou a cair.

O corte de vagas está atingindo principalmente
os trabalhadores informais, seja pela dispensa
dos que trabalham sem carteira assinada seja
pela desistência por parte dos que trabalham
por conta própria. Dos 2,8 milhões que
perderam o emprego entre o início de maio e a
segunda semana de julho, 2,381 milhões estão
em ocupações consideradas informais pelo
IBGE. Essa redução é atípica, pois, na maioria
das crises, cresce o contingente de informais,
já que, no Brasil, os "bicos" são uma alternativa
ao desemprego.

"Talvez esteja mais difícil para o trabalhador
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