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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
sábado, 1 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Amarelinho vence a pandemia


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Autor: Álvaro Costa e Silva

rio de janeiro O boato de que o Amarelinho da
Cinelândia, derrotado pela pandemia, não ia
reabrir acendeu uma discussão que os habitués
de boteco adoram: qual o pior bar da cidade?
Pois o Amarelinho, quem diria, é um campeão
do descontentamento. Segundo os sabichões, a
comida é péssima e cara (nem o frango a
passarinho se salva), o chope não é tirado direto
e o atendimento consegue ficar abaixo do já
relaxado padrão carioca. Só vive da fama,
decretam os críticos, que preferem o rival
Verdinho, vizinho na mesma calçada.

Mas, se é assim, como o Amarelinho consegue
encher de gente? É a ótima localização,
afirmam os detratores. Um dos pontos mais
movimentados do Centro do Rio, ao lado da
Câmara Municipal e do Theatro Municipal e em
frente à Biblioteca Nacional, e perto de onde
acontecem as grandes concentrações políticas
e carnavalescas. Sem falar nos turistas, que
sentem uma atração irresistível pelo local.

A memória afetiva também conta: é o tipo de bar
onde quase todo mundo já esteve ao menos
uma vez na vida, numa grande mesa de
confraternização entre amigos, que uma velha
fotografia guardada em algum lugar registrou
para o esquecimento.

Foi fundado em 1921, na época em que o
empresário Francisco Serrador transformou o
antigo quarteirão onde ficava o convento de
Nossa Senhora da Ajuda num simulacro da
Times Square de Nova York, com um cinema ao
lado do outro. Chamava-se então Café Rivera.
Só depois adotou o nome atual, para combinar
com as cores da fachada do prédio embaixo do
qual está instalado.

Para azar dos difamadores, o Amarelinho reabre
nos próximos dias. Ã"timo para o Rio e a região
do Centro, abandonada pela prefeitura. E para
este colunista, que em tardes vadias senta-se
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