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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
sábado, 1 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas
R$ 200, avanço ou retrocesso?
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Autor: Hélio Schwartsman
são paulo Ao lançar a nota de 200 reais, o Brasil
se coloca na contramão do que vêm fazendo
economias mais avançadas, que é abandonar
cédulas e moedas em favor de transações
digitais ou por cartões.
A tendência de desmonetização é liderada pela
Suécia, onde menos de 2% das transações
ocorrem com papel-moeda e mais de 50% das
agências bancárias já não trabalham com
dinheiro vivo. Mas várias outras nações vêm
tirando cédulas, principalmente as de alto valor,
de circulação.
A UE acabou com a nota de 500 euros, passo
que já havia sido dado décadas antes nos EUA
com a descontinuação das cédulas de 500,
1.000, 5.000, 10.000 e 100.000 dólares.
E nem dá para afirmar que essa seja uma
exclusividade de países ricos.
A índia teve uma experiência desastrada com a
eliminação de notas de 500 e de 1.000 rúpias
em 2016.Mas o Quênia se dá bem com o m-
pesa, a moeda digital operada por celulares que
ganha espaço em outras nações.
O principal atrativo da desmonetização é que
ela representa um golpe contra o crime.
Assaltantes, traficantes, corruptos, sonegadores
etc. operam melhor quando o dinheiro que usam
não traz memória de como foi adquirido ou de
como é gasto. Só cédulas oferecem tal nível de
anonimato. É claro que bandidos, pelo menos
os mais sofisticados, poderiam correr para
ativos como omo e bitcoins.
Outra vantagem importante é a eliminação do
custo do dinheiro, que começa com a impressão