Banco Central do Brasil
Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
sábado, 1 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto
Por baixo e leviano
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A pouco mais de três meses da eleição
presidencial americana, o ambiente é
desfavorável a Donald Trump. A insensatez com
que conduziu o pais durante a pandemia e a
postura de confronto que adotou diante dos
protestos nacionais contra o racismo se
mostraram desastrosas para sua popularidade.
A crise sanitária também abalou o principal pilar
de sustentação do presidente americano - a
economia. A contração do Produto Interno
Bruto no segundo trimestre, de 9,s% ante o
anterior, foi a maior da série histórica e levou a
um aumento dramático do desemprego.
As pesquisas hoje apontam o favoritismo do
candidato democrata, Joe Biden, com 50% das
intenções de voto, 9 pontos à frente do
republicano na média das sondagens. No
sistema americano, é fato, os números
nacionais não são em si definidores. A vitória
depende da maioria no colégio eleitoral, o que
remete aos resultados estaduais.
Mas também aí a situação de Trump se
complica. Estados tradicionalmente
republicanos, como o Texas e o Arizona,
parecem pender para Biden. O mandatário
ainda perde terreno em estados pêndulo que
foram fundamentais para sua vitória em 2016,
casos de Flórida, Pensilvânia e Michigan.
Não surpreende, assim, que o presidente
populista venha atuando para deslegitimar o
pleito. Sua leviandade fica escancarada quando
defende adiamento da eleição - o que está além
de seu poder, fora ser desnecessário - e afirma
que a votação por correio abrirá espaço para
fraudes.
A eventual derrota republicana, aliás, pode se
estender ao Senado. Se isso ocorrer com a
eleição de Biden, e tendo em vista o controle
democrata já garantido na Câmara, haveria